Uma exposição de gado tem como objetivo incrementar o segmento rural, premiando os grandes criadores que trabalham em prol do melhoramento genético da pecuária nacional. Através de técnicos abalizados os proprietários recebem orientação de como tratar adequadamente os animais. Os julgamentos vislumbram na prática a evolução veterinária e zootécnica de cada animal. A exposição tem ainda o seu valor social sobre a festa, pois atrai o povo a se reunir em volta daqueles produtos com fins de propaganda e de competição. Há ainda o lado folclórico que se cria pelo movimento e pela organização para atrair o maior número de público possível.
Assim que se iniciou a Festa do Milho, em 1959, a Associação Rural preocupou-se em organizar e levar avante uma exposição de animais. Mas onde apresentar? Como? Devido a estes questionamentos, a 1ª Exposição só aconteceu em 1963, nas dependências da Chácara das Sementes Agroceres S/A, na Av. Marabá. As grandes mangueiras fizeram sombra para mostrar o plantel importante da raça Gir, onde se destacou o gado de Flausino Pacheco Lou.
Ainda sem um local adequado, a 2ª Exposição, em 1965, foi realizada nos terrenos do Sr. Otávio Magalhães, próximos ao Curral de Tábua (Fazenda de Augusta Gomes Ferreira), na antiga saída para Presidente Olegário, hoje Avenida Tomaz de Aquino (entre os bairros Alvorada e Jardim Itamarati). Otávio cedeu o espaço para construção de barracas de madeira cobertas com palhas de buriti e currais de madeira, debaixo de grandes eucaliptos. Nesta Festa houve, pela primeira vez, a visita de um Ministro da Agricultura, Sr. Hugo de Almeida Leme, que colaborou financeiramente com a importância de Cr$ 50.000,00.
A partir de então a Associação sentiu a necessidade de ter um local próprio e começou a movimentar-se para a aquisição de uma área. Ainda mais que a diretoria vinha sendo muito incentivada a ter o seu Parque de Exposições pelo Sr. Jorge Nova da Costa, chefe do Serviço de Promoção Agropecuária do Ministério da Agricultura de Minas Gerais. A maneira que se expunha não era possível, apesar da boa vontade de todos: organizadores, expositores e proprietários dos terrenos.
Não quiseram os dirigentes da classe ruralista patense adquirir um terreno qualquer, de maneira arbitrária. Convidaram técnicos do Ministério da Agricultura para escolher o local adequado e condizente onde pudesse ser implantado o futuro Parque de Exposições. Vieram dois técnicos, entre eles o Sr. José de Paula e escolheram o terreno onde se acham as atuais instalações do Parque. Era propriedade do Sr. Antônio Jacinto que, na época, procurado pela diretoria da entidade ruralista patense, assegurou: “Meu terreno não é de venda. Mas, para a finalidade que é, não quero travar o progresso de Patos de Minas. Cedo-o pelo preço que comprei e ainda participarei com o caixa dos fazendeiros com a mesma quantia”.
E cumpriu a sua promessa. A área definida pelos técnicos era de 88.346 m². Isto foi em agosto de 1965, na gestão do Sr. Antenor Pereira Caixeta. A escritura foi lavrada em 14 de setembro no mesmo ano – registro 80.874, fls. 167, valor de Cr$ 800.000,00. Todos os associados receberam do Sindicato (neste ano a Associação Rural se transformou em Sindicato Rural de Patos de Minas, e em 1999 mudou o nome para Sindicato dos Produtores Rurais), no dia 22 de maio de 1967, o diploma de Sócio Benemérito, com as respectivas cotas de doação de Cr$ 50,00 e Cr$ 100,00.
Em 1974, já com recursos provenientes da Festa, o Sr. Pedro Gabriel Guimarães, presidente do Sindicato Rural, adquiriu anexo ao primitivo terreno mais 43.215 m², totalizando a área do Parque em 131.561 m². Em 1978, todo o Parque foi cercado com 2.500 metros de muros com altura de dois metros e meio e recebeu, oficialmente, a denominação de “Parque de Exposições Deputado Sebastião Alves do Nascimento”, o Binga, em homenagem da classe ruralista ao representante de Patos de Minas no legislativo mineiro, e primeiro presidente da extinta Associação Rural de Patos de Minas, falecido em dezembro de 1977.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fontes: Festa do Milho: 25 anos, de Oliveira Mello; A Festa do Milho Através dos Tempos, de Marialda Coury.
* Foto: Institucional Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas.