ROCK NO PARQUE: POUCO PÚBLICO

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Às vezes quando se propõe a realizar ou promover alguma coisa em nossa cidade, há alguns que não contam com o público imprevisível como o é o patense.

Logo que obtive a certeza da realização do show “Rock no Parque”, pensei sem sombra de dúvidas que esta seria a promoção do ano. Imaginei o Parque de Exposições lotado, com pessoal de toda banda, aprontando mil e uma, se soltando, descontraídos, ao som do rock pauleira, que viria assolar os ouvidos dessa nossa juventude e açoitar o coração dos que bem antes disso aprenderam a amar os Beatles, Rolling Stones, Focus, Led Zeppeling e muitos outros grupos da década de 1970.

Qual não foi a minha surpresa ao chegar no Parque e não encontrar ninguém, apenas havia ali o pessoal que iria tocar e o pessoal do Clubinho, preparando a barraca para “mais tarde”. Ali pelas 3:00 e 3:30 horas começou a chegar o povo, que aliás diga-se de passagem, já estava sendo esperado com bastante ansiedade. Aqui quero abrir um parêntese para um erro da produção que considero imperdoável. Eu acho que a aparelhagem de som deveria já estar ligada desde o meio-dia para o pessoal ir chegando mais preparando o ambiente e o espirito, foi o atraso e a inexperiência em matéria de assistir a shows ao ar livre que levou muitos dos patenses a se precaver e não comprar o ingresso antes, pois chegavam e não viam nenhuma movimentação e por amor aos míseros Cr$ 300,00 voltavam para casa reclamando que “lá no Parque não havia nada”, tirando de muitos a animação de ir até lá para se certificar.

Quanto ao local, realmente, é um dos melhores pontos da cidade para promoções deste tipo, aliás acho que isto deveria servir de exemplo para que todos que vivem reclamando  falta de espaço físico. O Parque de Exposições não pode de espécie alguma ser somente aproveitado durante a Festa Nacional do Milho. Um local com espirito de liberdade, com um astral altíssimo e com uma vista belíssima da cidade. E como disse no número anterior¹, creio que o Presidente do Sindicato Rural de Patos de Minas, Dr. José Ribeiro de Carvalho, não se aporá em ceder o local a toda e qualquer promoção que vise o engrandecimento artístico Cultural de Patos de Minas, já que ele é uma pessoa totalmente sensível às artes.

O Show “Rock no Parque” em matéria de SOM, segundo a opinião de muitos estava ótimo, dando para curtir donde estivesse, o mesmo não acontecia com as músicas e alguns conjuntos que ali se apresentaram. Alguns até se tornaram inaudíveis, tamanha a mediocridade de música e letra. O destaque, sem sombra de dúvida ficou para os patenses do Lava-Pés e o Luís Carlos Esteves e um convidado especial Sérgio Moreira (ótimo).

A promoção do show mais uma vez foi do Xaulim − Carlos Alberto Donâncio Rodrigues − através da CADORO, que está de parabéns devido a todo seu esforço. A iluminação ficou a cargo do Centro de Estudos Teatrais. O show contou com a colaboração do ZEPAS do Improviso Som, nas aparelhagens de som.

Que no ano que vem o Rock no Parque se realize, desta feita, com mais participação do público patense.

* 1: Leia “Anunciado o Rock no Parque”.

* Fonte: Texto publicado na coluna Sem Fronteiras (Vicente) com o título “Rock no Parque” da edição n.º 55 de 15 de setembro de 1982 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Arquivo de Marcelo Rezende Cota.

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