A DEBULHA − UM ANO DEPOIS

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TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1981)

Decorrido um ano desde o lançamento de nossa revista, creio ser este um momento de séria reflexão.

Inúmeros foram os problemas e as dificuldades encontrados e superados e por isto, devemos primeiro agradecer a Deus, que nos proporcionou meios para transpor barreiras e para cumprir nossa meta.

Conseguimos no decorrer deste ano, entregar rigorosamente em dia, as vinte e três edições e várias delas até, com um dia de antecedência e é aqui que nos vemos no dever de apresentar um agradecimento profundo e sincero aos nossos prezados amigos e abnegados colaboradores, que movidos pelo desejo único de fazer um jornalismo sadio e lutar em favor de uma região, entregaram pontualmente em nossa redação, a matéria que permitiu nossa pontualidade e sem a qual, não teríamos nem mesmo existido.

É momento de agradecer a tantos que nos ajudaram de uma ou de outra forma positiva e até a alguns, que agindo negativamente, ao invés de nos prejudicar, possam nos ter despertado o desejo ainda maior de acertar.

Um ano se passou e “A DEBULHA” aqui está, em sua capa especial de edição comemorativa, certa de haver cumprido seus objetivos, tratando com seriedade todos os assuntos, desenvolvendo-os e apresentando-os com honestidade sem o desejo, nem o interesse de tomar partido de quem quer que seja.

Sabemos que haveremos de ter desagradado a muitos, mas temos a certeza de não haver agredido nem prejudicado a ninguém, pelo menos consciente e deliberadamente e temos estímulo do aplauso de muitos e do reconhecimento dos outros, pelo trabalho desenvolvido.

Resta-nos no entanto, uma certa e amarga decepção com o povo de nossa querida terra. Pudemos no decorrer deste ano, sentir mais de perto, ver e palpar o indiferentismo e até mesmo a frieza de nossa gente, em sua grande maioria, no que se refere a problemas da cidade, da comunidade e da região.

Pouco se dá o nosso povo, de um modo geral, “que a água corra para cima ou para baixo”, desde que a sua vida particular e familiar, os seus negócios e as suas coisas estejam bem. É exatamente por isto, que à época das eleições, aqui tem se tornado no “paraíso” de todos os candidatos a deputados, com os quais se tem repartido cordialmente a nossa votação, eles do desinteresse generalizado, aqui vêm, na certeza de que uma grande parte dos patenses pensa que um voto a mais ou a menos, não tem nenhum valor.

Mas somos persistentes e quase obstinados e continuaremos a participar da luta e a auxiliar àqueles que nela se empenham, na esperança de que outros despertem do seu comodismo e se unam a nós, em busca de um ideal comum − o progresso de Patos de Minas e de nossa região e o bem estar de seu povo.

E quem sabe, um dia, nossa reflexão possa ser menos sombria e menos amarga.

O Diretor.

* Fonte: Editorial publicado com o título “Um Ano Depois” na edição de 15 de maio de 1981 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Nossa Capa − Aí está nossa 1.ª Garota Debulha, MAGDA FARIA ALMEIDA, filha do casal Rafael Gomes de Almeida e Maria da Conceição de Faria Almeida. É estudante do 2.º grau em Patos de Minas e dedica-se, como aluna e professora, ao ballet clássico, além de atuar em teatro amador no Centro de Estudos Teatrais-CET.

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