No tempo em que Patos de Minas começava a se sobressair como grande produtor de milho do Estado de Minas Gerais não existia supermercado. Certa vez, sabe-se lá a causa, danou a faltar fubá nas prateleiras das mercearias da Cidade, incluindo as do Mercado Municipal. Sobre essa situação, Carlúcio e Seu Barbosa, comerciantes do ramo, papeavam. Comentou o Carlúcio:
– Que trem disgramado é esse, sô, faltar fubá aqui onde tem um mundaréu de capiau plantando milho e fazendo fubá.
Seu Barbosa, experiente na vida, comentou e o papo se estendeu:
– Esse ano foi de pouca chuva, aqui e acolá, e com pouca chuva a planta produz menos, e se produz menos tem menos milho, e se tem menos milho, ora sô, se tem menos milho tem menos fubá.
– Nada disso, Seu Barbosa, cê tá enganado, não foi tanta pouca chuva assim, não faltou água não e a matutada plantou pra danar.
– Ora, quem sabe então os moinhos danaram a estragar e juntando com a pouca água é por isso que está faltando fubá.
– Não, Seu Barbosa, o Filipe Mecânico consertador de moinhos me disse que tem pouca procura pra consertos de moinhos, eles estão funcionando bem nas roças e como eu já disse, não foi tanta pouca água assim.
Foi então que o Seu Barbosa, sem encontrar outro motivo para a falta de fubá, fez uma cara de pensativo e lascou essa:
– Ora, Carlúcio, então está tudo explicadinho, o negócio é falta de fubá mesmo…
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 28/02/2013 com o título “Prefeitura em 1916”.