CASA DO GOTE – 1906

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A Casa Gótte pertencia a Sesostres Dias Maciel, o Major Gótte (hoje abreviado para “Gote”), filho de Antônio Dias Maciel, o Barão de Araguari, e Flaviana Rosa Corrêa da Silva. Localizava-se na Rua Major Gote, esquina com Olegário Maciel, onde hoje está o Edifício São Bento. Como se observa, o anúncio contém duas informações curiosas: a de que o negociante adquiria qualquer quantidade de “borracha” que lhe fosse oferecida, e a de que os fregueses de fora da cidade dispunham de acomodação gratuita enquanto estivessem providenciando suas compras. Essa questão da compra de “borracha” é muito interessante, pois naquele tempo não existiam “seringueiras” no cerrado do Alto Paranaíba. Newton Ferreira da Silva Maciel  informa que a “borracha” comprada pelo comércio era proveniente da “mangabeira” (Hancornia speciosa), muito comum no Cerrado de Patos de Minas e adjacências naqueles idos. O fruto, mangaba, além de gostoso, é muito utilizado na fabricação de sucos, sorvetes, doces e bebida vinosa. A mangabeira é uma árvore que pode atingir os sete metros de altura, pertencendo à família das apocináceas. Newton Maciel conclui: “seu látex é usado para fazer uma borracha de cor rosada”.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Anúncio publicado na edição de 18 de novembro de 1906 do jornal O Trabalho, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

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