GARIMPO E A LAVOURA, O

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TEXTO: SEVERIANO M. DE LIMA (1941)

Há oito anos que vem tomando um impulso pouco comum o garimpo de diamantes no município de Patos, onde se desenvolve esta modalidade de trabalho no seio da população desta cidade além de habitantes de municípios visinhos e romarias de famílias de logradouros distantes que acorrem para cá na ância febril de encontrar e preciosa pedra.

Há milhares de homens que sacrificam quasi todas as suas propriedades na prática do garimpo, que mais se assemelha, em nossos dias, ao canto da sereia.

Desta maneira, fica prejudicada e esquecida, em grande parte, a nossa lavoura, à qual deveriamos emprestar todos os nossos cuidados. Patos dispõe de terras fertilissimas, onde se obtem uma produção abundante sem o auxílio de adubo químico, sem haver necessidade, presentemente, de qualquer adubo que seja, pois o adubo natural existente assegura um lugar destacado dentre os municípios do Estado produtores do feijão “Catiara”, milho, arroz e outras culturas.

Até o trigo tem tido um apreciavel desenvolvimento graças aos esforços dos senhores: Cel. Osorio Maciel, Dr. Moacir Viana, Carlos Mota e fazendeiros acionistas, que contribuem, em grande parte, para o progresso e prosperidade do nosso município.

Patos tem lutado com grande dificuldade para arranjar operários para a lavoura. Poderíamos procurar resolver êste problema, introduzindo, para isto, o emprego de máquinas agrícolas, pois, com elas poderemos reduzir os braços, fazendo um serviço mais rápido e perfeito, cultivando maiores áreas.

Selecionando os nossos trabalhadores, para os quais serão oferecidas melhores vantagens, surgirá então, uma época em que a qualidade será aprimorada e acompanhada por quantidade satisfatória.

Uma lavoura mecanizada não fica tão cara como pensa uma grande maioria, as vantagens, que o emprego de máquinas agrícolas oferece, amortizam perfeitamente, o custo das mesmas.

Com máquinas e braços eficientes para o trabalho bem orientado e racional, abriremos uma fase de grandeza e prosperidade para o município que a Providência aquinhou fartamente.

A felicidade de um povo, a vida e a potencialidade de uma nação não estão no brilho ofuscante dos diamantes, mas na beleza vicejante dos campos cultivados e das pastagens povoadas de rebanhos.

* Fonte: Texto publicado com o título “O Garimpo e a Lavoura em Patos” na edição de 06 de julho de 1941 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.

* Foto: Professoracleides.blogspot.com.

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