A Salamandra-de-fogo, Salamandra-comum ou Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra) é uma espécie de anfíbio caudado pertencente à família Salamandridae. É também conhecida regionalmente por salamântega, saramântiga, saramela ou saramaganta. A sua pele é característica de cor negra com manchas amarelas. Mede entre 14 e 20 cm de comprimento. A larva é aquática, mas o adulto é terrestre. Pode ser encontrada desde Portugal até regiões nórdicas a este como Polônia e a sul nas zonas balcânicas, passando pela maior parte da zona central da Europa. Também estão presentes no continente africano, nomeadamente na costa mediterrânica.
Na mitologia grega, a Salamandra é um animal que se origina do fogo, capaz de viver nas chamas, de resistir e ainda apagar fogos. Já os antigos egípcios representaram tal feito nos seus hieróglifos e Aristóteles também relatou tais fatos. Cláudio Galeno, no entanto, negava-o dizendo que a Salamandra era capaz de resistir um pouco ao fogo, acabando por sucumbir a ele. A observação da saída de Salamandras de fogueiras, uma vez que muitas vezes escolhem abrigar-se ou hibernar no meio da lenha e escapam quando sentem a temperatura aumentar, sem serem consumidas pelas chamas, aliadas à sua coloração com manchas amarelas ou vermelhas, contribuiu para este mito. Além disso, material feito de asbesto resistente ao fogo era vendido com o nome de “lã de Salamandra”, ajudando a cimentar o mito.
Para quem pretende ter uma Salamandra-de-fogo como animal de companhia é deveras essencial saber que, quando se sente ameaçada, ela pode liberar uma substância de textura pegajosa que é venenosa aos humanos. A toxina pode provocar convulsões musculares e elevação na pressão sanguínea. Por isso, após o manejo da mascote, faça uma higienização completa nas mãos e braços, e nunca leve a área de contato com o animal aos olhos ou à boca antes disso. Para evitar que essa liberação de veneno aconteça, fique atento à região do pescoço e superfície do dorso do animal, onde ficam as glândulas que liberam esse líquido perigoso. Para melhor identificação, procure a região mais colorida do animal. “O ideal é sempre usar luvas de borracha para que o bicho não escape e não apertar com muita força. Para não errar, prenda a cabeça do anfíbio entre os dedos indicador e anelar. Use o polegar para apoiar a região do abdômen, e a palma da mão na região dorsal”, explica Ariane Parra, Médica Veterinária, especializada em animais exóticos, da Clínica Pet Exótico, em Campinas (SP).
A pigmentação da Salamandra funciona como uma impressão digital, semelhante à encontrada nos dedos dos humanos. Além disso, essa peculiaridade capacita a se camuflar perfeitamente na natureza. Com aparência pré-histórica e pouco conhecida no Brasil, esse pequeno animal costuma assustar à primeira vista, mas, tomando alguns cuidados, pode ser criado como um exótico animal de companhia. Ele ainda tem uma excelente vantagem em relação aos outros pequenos animais, que é o fato de viver até 20 anos em cativeiro. “A expectativa é maior do que na vida selvagem, pois o animal não enfrenta os riscos de conviver com seus predadores”, explica Ariane.
Uma boa opção para hospedagem são os aquaterrários. “São aquários formados por uma porção de terra firme, que pode ser cascalho ou musgo, e um pequeno lago”, ensina Ariane. Além da estrutura, o local deve ter altos índices de umidade do ar (70 e 80%) e baixa temperatura (15°a 25°C), pois ela é pecilotérmica, ou seja, adaptam sua temperatura de acordo com o ambiente. Segundo Ariane, na natureza a Salamandra se alimenta de pequenos insetos aquáticos, crustáceos e larvas de outros anfíbios. Para os animais que vivem em cativeiro, os donos podem oferecer ração específica para a espécie e alguns outros alimentos. “Caso os proprietários não encontrem essa opção no mercado, podem dar pedaços de fígado, coração de galinha e polivitamínicos em pó para ajudar a enriquecer a dieta do animal”, complementa a Veterinária. Nunca ofereça alimentos deteriorados.
A maioria das doenças que acometem esses bichos é relacionada a problemas de pele. “O animal pode apresentar alteração na pigmentação em algumas partes do corpo e contaminação por fungos”, alerta Ariane. Esses pequenos animais também sinalizam que estão doentes por meio de dois sintomas: a prostração e inapetência (falta de apetite). Para evitar problemas, leve o anfíbio ao Veterinário periodicamente.
Diferentemente dos animais domesticados, esses mascotes não estão acostumados à nossa manipulação, sendo o seu manejo complicado e perigoso para os mais desavisados. Sem falar do seu temperamento arisco e estrutura úmida e escorregadia, que tornam um verdadeiro desafio segurá-las. Ou seja, elas estão longe de serem mascotes que necessitam de algum tipo de carinho ou que correspondem nesse quesito.
* Fontes : Wikipédia e Revistameupet.uol.com.br.
* Foto: Pixabay.com.