SOGRINHA QUERIDA

Postado por e arquivado em CANTINHO LITERÁRIO DO EITEL.

O Bastos tem uma sogra que, desde o período de namoro, pega no seu pé. Num sábado, a esposa e a dita sogra estavam na casa de um filho em Patrocínio. Era quase cinco horas da tarde quando a esposa ligou pedindo pra buscar a mãe, que queria porque queria ir embora. Chateado, lá foi o Bastos buscá-la. Como não queria perder o resto do dia de baralho com os amigos, foi voando e voltou voando. Chegando com os últimos raios de sol do dia, foi parado naquele posto da polícia rodoviária. E começou o drama:

– O radar acusou 150 km/h. O senhor não sabe que a velocidade máxima neste trecho da rodovia é de 80 km/h?

– Que é isso, seu guarda, deve ter alguma coisa errada com o radar, pois não passei nenhuma vez dos 80.

Foi ele falar e a sogra corrigiu:

– Ora Bastos, deixa de ser mentiroso, pois você estava mesmo a 150 por hora porque queria chegar logo pra jogar baralho.

O genro chegou a ficar vermelho de raiva. E o guarda continuou:

– Além do mais, o farol baixo esquerdo está queimado.

– O que? Ele estava funcionando ainda hoje. Deve ter queimado agora há pouco.

A sogra corrigiu de novo:

– Meu Deus do céu, como você é mentiroso, Bastos. Tem mais de mês que você fala em trocar a lâmpada.

O Bastos só faltou ter um troço e fez sinal pra sogra ficar calada. E o guarda continuou:

– Ainda mais, meu prezado, o senhor está sem o cinto de segurança.

– Ora, seu guarda, não é possível que o senhor não viu quando eu o tirei pra pegar os documentos.

E a sogra continuou a atazanar o genro:

– Santo Deus, que cara de pau. Você nunca usa cinto, Bastos.

Aí o Bastos perdeu as estribeiras e, aos gritos, mandou a sogra calar a boca. O guarda se inclinou e perguntou à sogra:

– Por um acaso ele sempre grita assim com a senhora?

Pra matar de raiva o genro de uma vez por todas ela respondeu:

– Não seu guarda, ele só faz isso quando bebe!

Que confusão. O Bastos foi pego pelo bafômetro, o carro apreendido e um irmão teve que ir ao posto policial para buscá-los. Quase houve um divórcio, genro e sogra mal se falam hoje e a vida seguiu seu rumo tradicional.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 10/04/2017 com o título “Jardineira de Pedro Gomes Carneiro”.

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