PIRULITOS PARA A SOGRA

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Na década de 70, o ex-prefeito Antônio do Valle Ramos devia ter seus vinte anos. Namorava uma linda e recatada jovem presbiteriana. Seus amigos, nada mais do que justo, resolveram presentear a jovem de quem o Valle tanto gostava.

Você conhece o que é ”tabuleiro de pirulitos”, não é?  Toda manhã, na banca de revistas, aparecia um menino de uns oito anos de idade, vendendo pirulitos. O tabuleiro vinha com cem unidades.

Então dois amigos resolveram comprar todos os pirulitos. Mas foi uma luta! O menino não conseguia entender a compra de tudo, e tinha medo de receber aquela quantia toda de uma vez.

Depois de convencê-lo da venda, tinha ainda a segunda parte, que era fazer a entrega dos pirulitos. Foi feito um cartão endereçado à jovem, junto com as cem unidades de pirulitos. Isso aconteceu numa segunda-feira.

Na terça, mais cedo do que de costume, lá estava o menino na banca de revistas, esperando para uma nova venda da mercadoria. E a venda aconteceu. Assim foi também na quarta, quinta e sexta-feira. No sábado, como era de praxe, o Antônio do Valle foi namorar.

Passado um tempo, a sogra foi cumprimentá-lo na sala de visitas. No agradável papo da sogrona, e com certa inibição, ela disse para o Valle, com voz pausada:

– Sabe que gostamos muito de você… Gostamos muito de doces. Mas se você não se importar, não precisa enviar mais pirulitos. Já recebemos quinhentas unidades.

Estarrecido e sem conseguir dar explicações à sogra, Antônio resolveu que aquele era o “amargo” momento de terminar aquele “doce” namoro.

* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.

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