FESTA DE CASAMENTO CHOCANTE

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Era para ser uma festa de casamento daquelas de ficar na história, pois noiva e noivo pertenciam a famílias tradicionais e tiveram um namoro longo e sem problemas, repleto de planos futurísticos da melhor qualidade. Só que, dois dias antes, os amigos comprovaram por A mais B que a tão amada noiva não era flor pra se cheirar, tinha há muito tempo um amante fazendeiro que morava no Carmo do Paranaíba e que o negócio dela era ter conforto garantido com o futuro esposo e liberdade para o que desse e viesse com o atual amante e sabe-se lá outros. Óbvio, o noivo só faltou se suicidar, tamanha a decepção. Com a ajuda dos amigos, ele levantou a cabeça e foi em frente, fazendo de conta que tudo estava na maior das tranquilidades.

Depois da linda cerimônia religiosa numa de nossas charmosas igrejas, os convidados se dirigiram para os comes e bebes num salão de festas lá pras bandas da Avenida JK. Estranhamente, as mesas estavam decoradas com um tijolo, sim, um autêntico tijolo, daqueles bem rústicos. Havia um bilhete afixado na peça, que dizia o seguinte: – Por favor, não afastem o tijolo do centro da mesa, pois é parte integrante das comemorações. A coisa foi indo, mas, sabe como é a curiosidade do povo. Um mundaréu de gente passou horas e horas com dedos e mãos coçando tanto para mexer no tijolo que um Veterinário presente na festa acreditou que era sarna generalizada. Até que teve um que não aguentou o prurido e levantou o tal elemento essencial da construção civil. Nusga, disse ele. Lêpra, disse o seguinte que aderiu à ideia. Uff, gritou o terceiro, e a partir daí estavam todos de tijolos nas mãos. Debaixo da peça estava uma foto da noiva com seu amante, grudados num amasso. Resumindo: a festa se encerrou, a noiva saiu correndo desesperada e nunca mais foi vista, o povo se debandou, tudo acabou, o casamento foi anulado, as fofocas até hoje perduram nas línguas ferinas e as famílias tradicionais não se falam mais. Quais famílias? Eu, hêim!

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 10/04/2017 com o título “Jardineira de Pedro Gomes Carneiro”.

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