FARSA DO QUE SERIA O PRIMEIRO CASAMENTO HOMOSSEXUAL, A

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A edição n.º 21 de 21 de fevereiro de 1997 do jornal Diga Agora noticiou:

Foi cancelado o primeiro “casamento” gay que aconteceria em Patos de Minas. A festa estava marcada para o dia 17 de maio, na sede social da URT, com a presença de 1.000 convidados. A “noiva”, Vic Shinaider, cujo nome verdadeiro é Carlos Alberto de Souza, já havia alugado o vestido e contratado o bufet para a festa, com o consentimento do “noivo”, um rapaz de São Paulo, chamado Leonardo. “O aluguel do vestido custou 650 reais e o bufet ficaria a cargo da Delcira Festas”, revelou. O casamento seria realizado pelo padre catequista Pedro Mariano, de Lagoa Formosa, com o testemunho de doze padrinhos escolhidos entre gente da alta sociedade. “Eu teria até damas de honra”, disse a “noiva”. Shinaider esclarece que o casamento seria apenas um ato simbólico. “Tudo não passaria de uma simulação”, explicou.

O primeiro casamento Gay de Patos de Minas foi cancelado por causa de uma tia da “noiva”, que veio passar o Carnaval na cidade. “Tia Cleusa levou Leonardo para Brasília”, lamentou Shinaider. Segundo “ela”, apesar de ser casada e ter dois filhos, sua tia “raptou” o noivo. “Os dois foram morar na mesma casa da família de minha tia”, contou a “noiva”, que agora pretende contratar um “loverboy” para simular o casamento em outra oportunidade. Carlos Alberto é mais conhecido como Carlinhos, da CR Produções, que entre outros eventos, promove o badalado Glamour Gay.

Como o catequista Pedro Mariano foi indicado para a realização do evento fantasioso, a edição seguinte do jornal, de 14 de março, cedeu espaço para as suas devidas explicações:

O catequista Pedro Marciano Rodrigues desmentiu a informação de que celebraria o primeiro casamento gay de Patos Minas, conforme foi noticiado na última edição do Diga/Agora. O casamento aconteceria no dia 17 de maio, na sede social da URT, unindo o homossexual Carlos Alberto de Souza, codinome Vic Shinaider, e um “loverboy” de São Paulo conhecido como Leandro¹, que acabou fugindo da cidade². Segundo Pedro Marciano, a “noiva” de fato o convidou para celebrar a simulação do casamento. “Eu disse ao Carlos que jamais aceitaria participar desta palhaçada”, afirmou o catequista. No início desta semana a própria “noiva” admitiu que Marciano havia recusado o convite. “Quando concedi entrevista ao jornal ele ainda não havia me dado resposta”, justificou.

A notícia do casamento gay refletiu negativamente contra Pedro Marciano na vizinha cidade de Lagoa Formosa, onde ele participa de um grupo de atividades da igreja que congrega cerca de 750 jovens no município. “Tenho 50 crianças sob minha responsabilidade no curso de formação para a Eucaristia”, disse. O catequista lamentou o fato de seu nome ter sido envolvido no episódio do casamento gay considerando irresponsáveis as declarações de Carlos Alberto.

* 1: Na primeira matéria, o nome é “Leonardo”.

* 2: De acordo com a primeira matéria, o “noivo” não fugiu, e sim foi levado para Brasília pela tia da “noiva”.

* Fonte e foto: Jornal Diga Agora, do arquivo de Luis Carlos Cardoso.

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