QUANDO AS MULHERES COMEÇARAM A POLICIAR AS RUAS

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POLICIANão se situa muito distante na História, o tempo em que a mulher era totalmente discriminada, sendo colocada na condição de escrava, ou mesmo, de um simples objeto. Ainda nos tempos modernos, superada a fase anterior, continuou ela a ser considerada ser inferior e a ela eram vetadas praticamente todas as outras atividades que não as exclusivas de uma dona de casa.

Nos dias de hoje, praticamente em uma inversão de situação, surgiram movimentos “feministas” que querem colocar a mulher em uma posição revanchista, que não coaduna com a verdade bíblica, que nos ensina haver Deus criado o homem, para em seguida, vendo não ser bom que ele existisse só, lhe criasse uma companheira, ou auxiliadora, para que ambos se completassem em amor e compreensão. Portanto, sem “machismos” e sem “feminismos”, termos tão ao gosto da atual geração, devem ambos – homem e mulher – caminharem lado a lado, cada um na sua condição natural. E dentro deste pensamento, inúmeras são as funções que podem e devem ser assumidas indistintamente pelo homem ou pela mulher, sendo que em algumas delas, possa ocorrer logicamente que um dos sexos melhor se adapte e sobressaia.

Até há muito pouco tempo, pelo menos em nosso país, a dura função do policiamento só era exercida pelo elemento masculino, até que na Polícia Civil, as mulheres começaram a se destacar em funções várias e principalmente como eficientes delegadas; entretanto, em relação à Policia Militar, em Minas Gerais pelo menos, somente há cerca de uns dois anos ou pouco mais, foram abertas as portas ao elemento feminino, até que, tal surpreendente inovação chegasse até nós.

De uns dez dias para cá, o patense foi surpreendido com a súbita aparição de um grupo de jovens do sexo feminino, envergando vistoso e elegante uniforme, maquiadas, como convém às mulheres, policiando em duplas, as ruas de nossa cidade, despertando a curiosidade geral. São elas as primeiras de um trabalho iniciado há cerca de seis ou sete meses, mediante a inscrição de duzentas e vinte e cinco candidatas, solteiras por exigência, com escolaridade mínima de sétima série – tendo a maioria porém, o segundo grau completo – das quais as vinte e cinco melhores foram selecionadas para um curso de duração de cinco meses e meio, durante o qual uma foi excluída, e que amanhã estarão se formando como componentes da primeira turma feminina de PMs, no 15.º Batalhão da Polícia Militar, aqui sediado.

Estão elas nestes últimos dias cumprindo um estágio após o período de formação, trabalhando em duplas no trânsito, ou em guarnições mistas de Rádio Patrulha, para em seguida à formatura serem colocadas predominantemente a serviço do trânsito e no Terminal Rodoviário, para o serviço de buscas em elementos do sexo feminino, bem como em toda atuação policial que envolva pessoas do sexo feminino, atuando também na área de apoio a promoções com crianças.

Dentro de dois ou três meses, iremos ver também, viaturas de Rádio Patrulha dirigidas e totalmente ocupadas por policiais femininos, cujos direitos e deveres são, dentro da corporação, praticamente os mesmos do elemento masculino, excluindo-se é lógico, aqueles que se impõem pela diferença de sexo.

Estão as nossas moças policiais comandadas por uma terceiro Sargento, que veio auxiliar na implantação do sistema, devendo aqui permanecer e o comando do Batalhão já se movimenta pleiteando a implantação de uma nova turma para o próximo ano.

É sem dúvida uma novidade muito grande, que deverá trazer grandes benefícios à nossa comunidade, no setor da segurança pública, e sem dúvida nenhuma também, produz um novo e agradável visual e podemos ir nos preparando para vermos dentro de algum tempo os tenentes, os capitães, os majores e os coronéis do belo sexo.

A elas as nossas boas-vindas, fazendo votos de que a iniciativa seja altamente positiva, alcançando o completo êxito, que só poderá trazer vantagens a todos nós.

* Fonte: Texto de Dirceu Deocleciano Pacheco publicado com o título “Novo Visual” na edição n.º 176 de 15 de dezembro de 1987 da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH)a do Unipam.

* Foto: Profissoes.colorir.com.

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