Antonio Dias Maciel, o Barão de Araguari, nasceu em 01 de Janeiro de 1826, em Bom Despacho-MG, então pertencente ao município de Pitangui. Aos 28 anos casou-se com a adolescente Flaviana Rosa Corrêa da Silva, então com 14 anos.
No final de 1858, Antonio e seu irmão Jerônimo Dias Maciel se desentenderam politicamente com dois outros irmãos, Alexandre e Miguel. Motivado por este desentendimento os primeiros saíram de Bom Despacho e foram para Santo Antônio dos Patos, a vila que seria futuramente a cidade de Patos de Minas.
Os dois irmãos chegaram com um grande séquito, formado pela esposa e os dois filhos menores de Antônio, Etelvina Maciel (sobrinha de Jerônimo e que viria a ser sua esposa) e Olegário Dias Maciel; sogros, alguns escravos, e correligionários, tais como Major Manoel José da Motta, seus irmãos José Luiz da Motta e José Antônio da Motta, e o primo José Júlio da Motta. A família Maciel permaneceu em Patos, enquanto os Motta se dirigiram para Santa Rita da Boa Sorte, hoje Presidente Olegário.
A viagem a cavalo de Bom Despacho à Santo Antônio dos Patos consumiu árduos nove dias. Provisoriamente acamparam no então Largo da Matriz, hoje Praça Dom Eduardo, arranchados em barracas improvisadas enquanto procuravam adquirir terras para começar uma nova vida. Posteriormente Antônio construiu sua residência no mesmo Largo. Comprou 1.500 alqueires de terra de cultura e duas e meia léguas do arraial (Fazenda Cascata). Suas atividades principais foram pecuária e lavoura, cultivando ainda várias frutas, inclusive uvas que permitiram a fabricação do “Vinho da Cascata”, muito apreciado na época.
Por sua influência e trabalho, Antônio Dias Maciel obteve do Governo Provincial de Minas Gerais a criação da Vila de Patos, através da Lei nº 1.291, de 30 de outubro de 1866, e só efetivada em 29 de fevereiro de 1868 devido a diversas exigências legais. Em 24 de maio de 1892 foi a mencionada Vila elevada à categoria de Cidade pela Lei Estadual nº 23. Antonio também influenciou na criação da Comarca em 1881.
Em 1873, com 428 votos (primeiro lugar), foi eleito Presidente da Câmara, que naquela época exercia também o cargo de Prefeito. Coube a ele a organização da Guarda Nacional de Santo Antônio de Patos, efetivado como Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional local em 8 de maio de 1880. Antonio também foi membro da Guarda Nacional da Vila de Pitangui.
Pelo ato de Sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II, foi agraciado com o título de Barão de Araguari, por decreto de agosto de 1889. Todavia, não exerceu o baronato porque em 15 de novembro do mesmo ano foi proclamada a República, obrigando Dom Pedro II a se deslocar com sua família para a Europa.
Antônio Dias Maciel foi uma figura de grande importância histórica para Patos de Minas. Além de fazendeiro, pecuarista, vitivinicultor, vereador e presidente da Câmara Municipal, primeiro juiz da Comarca, ativador do desenvolvimento da região, Comandante da Guarda Nacional local, exerceu as suas atividades até o seu falecimento em 1º de julho de 1910, sendo sepultado no cemitério de Patos. Sua esposa Flaviana faleceu em 17 de agosto de 1927, deixando o casal 15 filhos enumerados a seguir, que tiveram, em maior ou menor grau, importância para Patos de Minas: Albertina Dias Maciel, Amadeu Dias Maciel, Antônio Dias Maciel Júnior (Tonho), Ataliba, Edmundo, Edmundo Dias Maciel, Etelvina Maciel, Farnese Dias Maciel, Flaviano Dias Maciel, Julieta Maciel de Barros, Olegário Dias Maciel, Olinta Maciel Magalhães, Osório Dias Maciel, Sesostres Dias Maciel (Major Gotte), Zenóbia Maciel Tormim.
Reconhecendo as suas qualidades os poderes Legislativo e Executivo do município, bem como o Governo do Estado de Minas Gerais denominaram de Antônio Dias uma praça no centro da cidade, bem como o Hospital Regional do município.
* Fonte e foto: Arquivo Newton Ferreira da Silva Maciel.