Depois de amanhã, completam-se doze annos que deixou de fazer parte do numero dos vivos, aquelle que se chamou Bernardino Antonio Borges.
Com effeito, foi na tetrica manhã de 8 de agosto de 1899 que deixou de existir aquelle homem bondoso, aquelle cujo coração vivia sempre aberto para seus amigos, para todos aquelles que o procuravam.
Filho extremoso, irmão dedicado, cidadão probo, correctissimo, amigo leal, pae de familia terno, carinhoso, exemplar, o pranteado extincto era querido e admirado por todos.
Filhos dos fallecidos Antonio Felisberto Borges e D.ª Clara Maria de Oliveira, nasceu elle na Cidade de Formiga a 18 de Dezembro de 1854, sendo baptizado na mesma Cidade a 6 de Janeiro de 1855.
Ainda bem creança, veio elle para esta Cidade, em companhia de seu irmão João Antonio Borges, de saudosa memoria, empregando-se no commercio.
Voltando á sua terra natal em fins de 1876, là casou-se com D.ª Philomena Pereira Borges, em 20 de Janeiro de 1877, regressando depois para esta Cidade, onde chegou a 2 de Abril de 1879.
Residindo aqui durante muitos annos, o pranteado morto exerceu diversos cargos de eleição popular, mantendo-se, em todos os seus actos, com todo o criterio, honestidade e correcção.
Transferindo, em 1 de Abril de 1894, sua residencia para o Visinho Arraial de Santa Rita de Patos¹, lá morreu, deixando viuva e onze filhos, todos menores.
Rendendo á sua memoria impolluta e veneranda um preito de gratidão e de amor filial, aquelle que traça estas pallidas e poucas linhas que lhe sahem orvalhadas do coração, beija saudoso e reverente a campa que guarda os preciosos restos do querido ente, e supplica ao Deus de Misericordias conceda à su’alma “o eterno descanço, entre os esplendores da luz perpetua”.
* 1: O Distrito de Santa Rita de Patos desmembrou-se de Patos de Minas em 17 de dezembro de 1938 através do Decreto-Lei Estadual n.º 148, tornando-se o Município de Presidente Olegário.
* Fonte: Texto publicado com o título “Te. Bernardino Antonio Borges” na edição de 06 de agosto de 1911 do jornal O Commercio, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Pt.dreamstime.com, meramente ilustrativa.
