VIA ÚNICA NOS CINEMAS

Postado por e arquivado em 2015, DÉCADA DE 2010, FOTOS.

Filme dublado é uma característica da TV aberta, desde seus primórdios. Era coisa rara filme dublado no cinema até o início dos anos 2000, normalmente apenas infantis e animações. Desde lá, para desespero dos cinéfilos, cada vez mais as salas preferem inserir cópias dubladas com a justificativa de que o público pede. Por que o público pede? Pesquisas demonstram que mesmo as classes A e B estão preferindo filmes dublados, o que pode ser um reflexo de uma geração que lê textos cada vez mais curtos, se comunicando por mensagens rápidas na internet, além de vídeos. Então, para o público médio, não especialista, nem cinéfilo, ver um filme dublado é apenas questão de costume, assim como antigamente era costume assistir filmes legendados.

O cinéfilo foi acostumado a ver filmes legendados, e não tendo opção agora, é ruim. Esse é o maior problema, pois o cinéfilo não vê um filme apenas por entretenimento. Ele quer apreciá-lo em todas as instâncias, inclusive na mixagem original e na atuação dos atores. Afinal, ao ser dublado, boa parte de sua interpretação vai embora. Quando um crítico disser que só vê filme com áudio original, acredite, não é chatice dele. Há um motivo.

O fato é que os filmes legendados estão perdendo cada vez mais espaço, em poucas salas e horários, deixando poucas opções para aqueles que durante anos foram acostumados a vê-los dessa maneira. É justo que existam filmes dublados para aqueles que os preferem, mas, enquanto ainda existirem pessoas querendo ver filmes legendados, a gente espera que eles estejam lá, cumprindo a sua cota.

Infelizmente, Patos de Minas está firme e forte neste propósito em suas três salas presentes num centro comercial. Entra semana e sai semana é raríssimo um filme original com legendas. Só como exemplo, no dia 08/05/2015, duas salas apresentavam o mesmo filme, ambos dublados. E a outra sala, também um filme dublado. Fica estabelecido, então, que o cinéfilo não tem vez nos cinemas patenses.

0* Texto e foto (08/05/2015): Eitel Teixeira Dannemann.

* Fonte: Cinema com Amanda Aouad.

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