LUÍS APOLÔNIO DA SILVA ATÉ 1996

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DSC01892Luís Apolônio da Silva é natural de Viçosa, em Minas Gerais, onde nasceu em 05 de maio de 1926. Seus pais, José Apolônio da Silva e Elisa Gabriela de Oliveira eram fazendeiros e é daí, com certeza, que lhe veio o amor pela terra, o prazer de trabalhar com as plantas. Os estudos foram feitos na terra natal, o curso primário, depois o curso ginasial, e posteriormente um curso técnico na área agrícola, com especialização em análise de solo. Já formado, recebeu de Vitor Andrade Brito, então Secretário da Agricultura de Minas Gerais, um convite para trabalhar em Patos de Minas por um prazo de sessenta dias. Ele aceitou a proposta de emprego temporário, veio e daqui não mais saiu. Isso aconteceu em 1949.

Luís Apolônio da Silva casou-se com Cleusa Trajano da Silva, filha de uma das mais tradicionais, estimadas e respeitadas personalidades de Patos de Minas, o baiano Hercílio Trajano da Silva. Do casamento nasceram vários os filhos: Luís, Elisa, Valéria, Vânia, Leonardo, Marco e Marília.

“Aqui criei meus filhos”, diz ele com a simplicidade que é companheira do bom pai e bom chefe de família, sem mencionar os valiosos ensinamentos transmitidos aos seus meninos e meninas através dos pensamentos, das palavras e das atitudes que sempre orientaram sua conduta de homem de bem. Profundo respeitador da ecologia, seus conselhos são respaldados pelo conhecimento de quase meio século no trabalho com a terra, tirando dela o necessário para prover a si e aos familiares. “É preciso respeitar a natureza. É preciso produzir muito nas áreas agrícolas”. Só assim, garante Luís Apolônio, criaremos as condições necessárias para melhorar nossas condições de vida.

“Aqui me realizei e tive muitas vitórias”. Essas palavras sintetizam o que foi a vida profissional de Luís Apolônio. Nomeado chefe do serviço de conservação de solo (curvas de nível) graças à eficiência de suas atividades funcionais, ele não deixa de destacar a importância da cobertura que lhe foi dada então pelo agrônomo Moacir Viana de Novais, figura que se destacava na cidade graças ao dinamismo e capacidade de empreendimento que emprestava ao árduo trabalho de pesquisa voltada para o cultivo do trigo no cerrado. A personalidade marcante do “Dr. Moacir”, como era conhecido, e a competência do seu desempenho que alinhava a realidade com o idealismo, deixaram marcas profundas na história agrícola de Patos de Minas e nortearam o caminho do jovem Luís Apolônio. Porque no fundo, no fundo, ambos sonhavam os mesmos sonhos. Moacir plantou orquídeas, Apolônio plantou rosas.

A carreira profissional de Luís Apolônio da Silva se desenvolveu na Colônia Agrícola, também conhecida como Colônia dos Italianos, e consistia principalmente no desenvolvimento da cultura de trigo no Alto Paranaíba. Mas suas atividades englobavam ainda o acompanhamento do plantio de lotes, com predominância do cultivo do milho, arroz e feijão. A Sub-Estação Experimental da Secretaria da Agricultura em Patos de Minas, na localidade de Sertãozinho, aproveitou o seu trabalho no campo agrícola, especialmente no tocante ao desenvolvimento de sementes básicas para milho híbrido, atendendo a uma série de convênios firmados.

Naqueles anos os terrenos eram alugados e isso foi feito por Luís Apolônio, que instalou um viveiro para produção de mudas enxertadas de frutas cítricas. “Fui fincador de galhos”, diz ele, que durante os últimos 40 anos vem dedicando sua atenção ao laborioso mister de produzir mudas de laranjeiras, limoeiros e tangerineiras. “Fui o primeiro a produzir enxertos na região de Patos de Minas”.

Hoje, Luís Apolônio da Silva possui uma bela chácara na BR-365, quilômetro 408, nos arredores da cidade, que leva o nome de Floricultura Patense, o mesmo de uma casa comercial especializada na venda de flores e situada na rua Major Gote, ao lado do Banco do Brasil, já lá se vão trinta anos. Na propriedade rural predomina a produção de mudas cítricas, mas são plantadas também flores variadas, especialização que Luís Apolônio não conhecia, mas cujos segredos foram sendo desvendados através dos anos.

“Tudo era importado e vinha de Belo Horizonte, nos bagageiros dos ônibus. Flores para decoração de igrejas e festas. Decorei muitas igrejas naquela época. Mas os buquês de flores eram a grande sensação, a maior novidade, e eram comprados como presentes de aniversário. Hoje nós temos excelentes decoradores em Patos de Minas. Nossa cidade é uma das maiores consumidoras de flores. O povo da região gosta de áreas floridas, e por isso eu já plantei jardins aqui em Patos de Minas, em Lagoa Formosa, Presidente Olegário e Carmo do Paranaíba. Fui um dos pioneiros nesse ramo, já tendo plantado dez mil pés de rosas. Dentro das minhas limitações, acredito que tenha sido de alguma utilidade para a sociedade patense. Minhas mudas estão espalhadas por muitos lugares e outros estados, como Acre e Mato Grosso, algumas delas sendo até internacionais, pois já foram levadas para a Bolívia”.

* Fonte: Texto de Marialda Coury publicado no n.º 10 do jornal O Tablóide de 16 de setembro de 1996, do arquivo de Fernando Kitzinger Dannemann.

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