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DEIXAREI SAUDADE – 35

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Meu estado físico dispensa palavras. O que interessa é o porquê fiquei assim, porque fui drasticamente abandonada. Doem muito os olhares indiferentes das pessoas que não reparam na brutalidade que fizeram comigo. Lá se foram as almas que me habitavam, sabe-se lá para onde, sabe-se lá qual o motivo que as fizeram jogar-me nesta grande […]

DEIXAREI SAUDADE – 36

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Há alguns anos acompanhei a demolição de uma colega. Veio-me à mente a diferença sensorial entre nós e os humanos. Enquanto eles não têm a mínima sensação de seu desenvolvimento uterino, nós nos emocionamos ao levantar das paredes. Enquanto eles recém-nascidos não se identificam com nada no mundo, nós ficamos radiantes quando ocupadas pela primeira […]

DEIXAREI SAUDADE – 37

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Ó Clarindo, ó Amélia, já faz tanto tempo e nem assim consigo esquecer quando invadiram as minhas entranhas com seus três pequeninos. Depois vieram mais dez e eu me alegrava tanto com a barafunda que a criançada aprontava aqui, correndo para tudo quanto era lado e vocês dois o dia inteiro dizendo para eles não […]

DEIXAREI SAUDADE – 38

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Não me olhe com esta cara de piedade. Você, com seus sentimentos humanos, não tem a mínima ideia do que são sentimentos de um imóvel. Repare o que está acontecendo à minha volta. Neste exato momento estou cercada por prédios. Você, na sua santa inocência, considera que eu vou continuar ilesa neste espremido espaço? Seria […]

DEIXAREI SAUDADE – 39

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Quando minhas paredes de tijolos de adobe reluziam ao sol na minha feliz juventude, ouvi muitas histórias sinistras sobre este pedaço de sertão repleto de árvores de cabaça¹. Diziam que próximo daqui vozes estranhas espantavam até os tropeiros, considerados homens cheios de coragem, mas tremendamente supersticiosos². Eu nunca liguei para esse tipo de superstição. Só […]

DEIXAREI SAUDADE – 40

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Sou do tempo da Rua Nova da Lagoa¹. Eram duas lagoas. Aqui onde fui erguida era uma delas, um lindo espelho d’água que os primeiros forasteiros escolheram para construir suas residências. Perto daqui surgiu um sítio que os historiadores denominam Os Patos, nome escolhido sabe-se lá por quem por causa da quantidade enorme dos tais […]

DEIXAREI SAUDADE – 41

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Os mais antigos se lembram de outras iguais a mim na Rua Dr. Marcolino. Hoje, sou a última delas, entre a Avenida Brasil e a Rua Marechal Floriano. Bons tempos aqueles em que quase não se ouvia barulho de carros e muito menos o urro ensurdecedor dessas motos nojentas. Aliás, no meu tempo de juventude, […]

DESCENDO A RUA DOM JOSÉ COIMBRA

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A Rua Dom José Coimbra tem início na confluência com a sua colega Major Gote, no Bairro Alto dos Caiçaras. Em declive ela cruza com a Rua Albânia, Rua João de Barros e Praça Erasmo Dias Cardoso, quando desemboca na Avenida Tomas de Aquino. Ao lado esquerdo, as dependências do Caiçaras Country Clube. Ao fundo, […]

DESCENDO A RUA FORMIGA

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A Rua Formiga tem início na confluência com sua colega Ataualpa Dias Maciel, no Bairro Rosário. A seguir, com trânsito em mão única sentido aclive, cruza com os seguintes logradouros: Rua José Pereira da Fonseca, Rua Major Gote (já no Bairro Aurélio Caixeta), Rua Betânia, Rua José de Alencar, Rua José Alves Coelho, Rua Joana […]

ESQUINA CONFUSA

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Após passar pelo Mercado Municipal, quem desce a Rua Ana de Oliveira não tem como deixar de crer que, após a esquina, a citada via continua em linha reta. Ai o motorista se assusta porque, não mais que de repente, há inversão de mão, e a Rua Ana de Oliveira não é a continuidade natural, […]