Resultados encontrados: 2016

DEIXAREI SAUDADE – 2

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Desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Mas, desde o primeiro tijolo assentado, passei a pertencer à História de Patos de Minas. Prestes a encerrar o meu ciclo de vida, quando eu for muitos se lembrarão de mim, principalmente as consciências que me habitaram. Vou em paz, e mesmo […]

DEIXAREI SAUDADE – 10

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Desde nova fui simples, sem ostentações, mas tive a satisfação de aconchegar a primeira dama da cidade, que tanto carinho me dedicou. É, que todos saibam de uma vez por todas: em minhas entranhas residiu o Prefeito Vicente Pereira Guimarães com a esposa Maria e seus 5 filhos. Independentemente desta pequena particularidade, desde o primeiro […]

DEIXAREI SAUDADE – 11

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Estou triste, vivendo uma crise existencial que afeta todos os meus velhos tijolos. Sinto dores terríveis nas colunas, no meu telhado cheio de buracos e com suas bordas em frangalhos. Oh, vida, desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Década de 40, 50, 60, sei lá, nem me lembro […]

DEIXAREI SAUDADE – 12

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Não bastasse a minha longa solidão, a enorme saudade do Cel. Arthur Thomaz de Magalhães e sua família com toda aquela agitação diária, agora um novo dilema me atormenta. Sinto tétricos calafrios nas minhas estruturas já abaladas pelo tempo. Tenho pressentimentos os piores possíveis. Já vi este filme: um casarão antigo anoitece e não amanhece, […]

DEIXAREI SAUDADE – 13

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Desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Mas, desde o primeiro tijolo assentado, passei a pertencer à História de Patos de Minas. Quando fui erguida, aqui era um brejo enorme, a terra do meu querido Mamoré. Nasci há poucos metros do glorioso estádio do Sapão, o Waldomiro Pereira. Sim, […]

DEIXAREI SAUDADE – 14

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O que sentir ou pensar quando se percebe o fim aproximar? Ora, se não, por que meus donos sumiram, me abandonaram? Por que ninguém mais circula por minhas entranhas ou em meu entorno? Nem aquele cachorrinho que vivia urinando nos meus muros aparece mais. Lembro-me bem dele quando terminava o serviço e me olhava com […]

DEIXAREI SAUDADE – 15

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Por que me olhas com esta cara de espanto? Por um acaso nunca viu um casarão rural em ruínas? Saiba você que já fui bela e frequentada por gente muito boa. Não me lembro mais quem me construiu. O que tenho guardado com carinho na memória é o casal Manoel Pereira Caixeta, o seu Manoelzinho, […]

DEIXAREI SAUDADE – 16

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Não sei de mais nada, estou em frangalhos. É como uma gangrena, uma lepra que está consumindo meu corpo paulatinamente. Resta pouco de mim, só minha parca consciência ainda me permite vislumbrar o passado de muita poeira na seca e muito barro nas chuvas, verdadeiros atoleiros produzidos pelos carros de bois. Sim, no meu tempo […]

DEIXAREI SAUDADE – 17

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Não me sai da memória o barulhinho salutar que vinha do riacho de águas cristalinas que corria no vale ao lado. Meus primeiros donos pescaram muitos peixes lá. Tudo aqui em volta era mata fechada com pequenas clareiras onde se criava gado. Minha pele era sedosa, não o que você está vendo. Minhas janelas e […]

DEIXAREI SAUDADE – 18

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O ser humano tem o seu ciclo de vida e um dia morre, não tem solução. Mas nós, os imóveis, podemos ter vida eterna. Mas pena que somente poucos de nós sobrevivem eternamente. Estamos, sem uma única exceção, embrenhados no turbilhão da especulação imobiliária. Assim, cada imóvel tem uma maneira própria de encarar a velhice. […]

DEIXAREI SAUDADE – 19

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Se não me engano está amanhecendo, sinto uma parva luminosidade nos meus olhos semimortos. Quase não ouço, já sou praticamente nada. Ainda me resta o sentimento de vibrações no solo. Sinto vibrações, parece que estão tirando terra do meu entorno. Estarão, porventura, já cavando a minha cova? Espaço não falta, ainda. Espaço, tudo por aqui […]

DEIXAREI SAUDADE – 20

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Quando a gente está próximo do fim só nos restam as lembranças. Desde nova fui simples, humilde e aconcheguei inúmeras consciências. Sabe-se lá que consciências. Mas, desde o primeiro tijolo assentado, passei a pertencer à História de Patos de Minas. Assim como muitas irmãs. Sim, quem reparar com precisão verá inúmeras iguais a mim espalhadas […]