TENTATIVA DE DESMORALIZAÇÃO DO PREFEITO JACQUES CORRÊA DA COSTA – 1

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JACQUESTEXTO: IVO MELO JÚNIOR (1952)

OS BOLETINS FORAM VERDADEIRO ULTRAJE À REPUTAÇÃO DO POVO DE PATOS

A nobreza, o respeito e a educação que sempre dignificaram a nomeada do povo de Patos, foram tristemente aviltados por certos acontecimentos indecorosos, aqui verificados de algum tempo para cá. Êsses acontecimentos, que já se manifestaram sob diversos aspectos, tiveram sua origem no movimento desencadeado no recinto da Câmara Municipal, no dia 30 de outubro do ano passado, o qual foi qualificado de caracteristicamente comunista, e, ao surgirem depois sob a forma dos boletins de que todos tiveram conhecimento, atingiram, sem dúvida, o cúmulo de sua baixesa.

Atirados casas a dentro, sempre à noite alta, hora oportuna à ação de malfeitores, redigidos em termos os mais grosseiros, tentou-se, através das edições fartas e diversas dos referidos boletins, desmoralizar perante o Município, as pessôas do Snr. Prefeito Municipal e seus principais auxiliares. Alguns riram-se ao lê-los, outros receberam-nos com desprezo e muitos com nôjo. Quem seria o autor daquela ação repulsiva e vergonhosa? Não foi difícil fazer-se suposições; mas prová-las foi impossível e é de se lamentar. Se se tivesse conseguido identificar os responsáveis, eles por certo teriam sido levados, ante a justiça, a responderem pelo crime cometido. Como todos sabemos, o nosso regimen admite a liberdade de imprensa, mas também existem leis que a regulam, e enquadram publicações daquela natureza, já por não conterem elas legendas ou assinaturas, já pelo conteúdo de seu texto. E, se as autoridades policiais tivessem feito por apurar as culpas, acredita-se que teriam sido descobertas. Mas essas nada fizeram, e é por esses motivos, é nos logares onde a ação da polícia é estritamente condicional, que os crimes se sucedem, uns gerando outros, pois as partes prejudicadas se vêm na contingência de fazerem justiça com suas próprias mãos.

Mas, felismente, aquela tentativa de lançar o Snr. Prefeito e seus auxiliares no descrédito da população não logrou aqui a mínima repercussão. Apenas houve quem risse do “humorismo” de seus autores, os quais, talvez por vergonha, continuaram escondidos sob o disfarce de sua máscara.

* Fonte: Texto publicado na edição de 1.º de setembro de 1952 do jornal O Repórter, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Blogdoalexandremarinho.blogspot.com, meramente ilustrativa.

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