Patos precisa de indústrias – Não podemos ficar por baixo de “Patos cínio”. Bem que já temos: Demipa, Fosfato, Fábrica de Banha Confiança, Balas Tupan, Rádio Princesa (aqui em Patos, bem entendido), Rádio FM, Charqueada, Nestlé, Fábrica de “Fedô”, Café Dubom, Joaquim Fubá, Ótima Rodoviária, Depósito de Bebidas Port, Fábrica de Guaraná Urso Branco, Fábrica de Sabão Chapecó, Cia Mineira de Metais, etc. Vocês não acham que está demais? Quem é Uberlândia para chegar a nossos pés! Forte mesmo nós temos aqui e acho que ninguém compete conosco, é a FM (não confundi-la com a portentosa Rádio do Patrício!). Esta FM é: Fábrica de Meninos!
CTBC – Significado da sigla: cê tá besta, siô! A Cia Telefônica do Brasil Central já se agigantou nesta região. Está de parabéns por ter tomado o patureba. E aqui ela faz o que entende. Chega até a obrigar o patureba e patense também, a ter telefone e não usá-lo. Caladinho! Se quiser utilizá-lo, deverá pagar mais alguma coisinha para cada ligação. Para não dar muito na vista, concede-lhe três ligações apenas por dia. É a única companhia no Brasil que não entrega as contas na casa do assinante. Pelo menos é o que me informaram. Eu gostaria de saber como é em Uberlândia. Aqui em Patos assinante tem que adivinhar o dia que a dita cuja chega no banco e se quiser. Se passar um dia além do vencimento, tá cortado e a religação você viu, não? É pagar $ 92. Esse papapipapá deve estar levando muitos 92 para Uberlândia. É o que o meu finado pai dizia: “Dinheiro de trouxa é matula de velhaco”!
ASFALTO – Se eu fosse filósofo, queria analisar uma coisa: porque é que é que o povo já pagou muito asfalto por aí e nada de companhia executar o serviço? Parece até que a companhia que deverá executar esse asfaltamento ainda não nasceu! É programa para a geração futura. Os moradores da rua Ceará, verbi gratia, estão reclamando e muito, o asfalto! Lá na avenida Paranaíba o inguiço é o Pacífico Soares. Deviam aproveitar de noite, enquanto ele está dormindo e asfaltar toda a avenida. Quando ele chegasse ao outro dia, iria ficar alegre de encontrar o calçamento fresquinho. Aliás, esta história do asfalto na Paranaíba, tem um pormenor, que abordaremos oportunamente.
COPASA x PREFEITURA – Não pude apurar bem a veracidade do fato, mas, pela boca do povo, o José Delfim é funcionário da Copasa e recebe mais de 4 mil nas funções de relações públicas na prefeitura. Uai! mas já pode ocupar dois cargos públicos? Ademais e o Geraldo Augusto Borges? E o Pe. Almir Neves de Medeiros? E o Pascoal Borges de Andrade? E o Wulfrano Patrício? Gente, pelo que se vê uma vassourada lá no Palácio dos Cristais iria dar uma economia fabulosa aos cofres públicos. Não é só gasolina que deve ser economizada. O supérfluo também precisa de passar pela peneira. E há gente sobrando naquela prefeitura! Garanto que só o vice-prefeito, professor Ricardo Marques, com a simpatia que tem, faria o serviço de pelo menos meia dúzia de funcionários lá, sem aumento do que já recebe. Ah! já ia me esquecendo: quero dar um parabéns à irmã Joaquina e pedir aos meus leitores, que o façam também, por ter ela percebido que estava sobrando lá na prefeitura e como é senhora de consciência, deixou o “cargo” que ocupava lá. Parabéns!
MAIS CARROS – A prefeitura de Patos de Minas alega não ter disponibilidade de recursos para cuidar das estradas municipais que agora, na mera consideração do prefeito, são particulares, devendo, portanto, os senhores ruralistas arcar com o peso e ônus da conservação das mesmas. Se o fazendeiro quiser estrada, que pague, porque – alega o sr. prefeito – a prefeitura de Patos de Minas não têm os devidos recursos. Pois bem, e o Fundo Rodoviário, destinado pelo estado, para as prefeituras, onde se meteu? Não será com este fundo que se está comprando Opala Comodoro (de luxo) para a prefeitura, enquanto as estradas vão ficando abandonadas?
CLAMA, CLAMA, NE CESSET… ITERUM CLAMA! – Levaram as filas do Funrural lá para cima no parque de exposições. É que a gente rica não tolera os pobres na sua porta. Reclamaram junto aos magnatas do Sindicato Rural e estes, que não sabem o que é sofrer numa fila, longas horas ao sol e com fome, atenderam este absurdo. Mas o que não se vê nesta terra do Kubu? Enquanto os magnatas estão tranquilos e sem molestações, os coitadinhos dos doentes têm que se mandar lá para cima, para o belo parque de explorações, exaustos, cansados, arrastando mulambos morro acima e depois enfrentar a tradicional fila quilométrica, só porque o Pedrinho assim determinou. “Mas não é possível” continuar uma vida dessa! Talvez a morte fosse mil vezes preferida. Fica aqui a reclamação da voz que clama no deserto.
* Fonte: Texto publicado com o título “B. I. na Fofoca” na edição de 03 de setembro de 1979 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Cygnuscosmeticos.com, meramente ilustrativa.