TEXTO: JORNAL DOS MUNICÍPIOS (1980)
A PREOCUPAÇÃO PELO BEM-ESTAR E FELICIDADE DA NOSSA JUVENTUDE LEVA A UM CERTO DESESPERO. MAS, HÁ AINDA ESPERANÇA…
Patos de Minas atualmente tem uma população estimada em 90 mil habitantes. Destes aproximadamente 30 mil está na faixa etária entre 14 e 15 anos. Cidade eminentemente jovem. E que tem essa cidade, sua sociedade, pais a oferecer para esta juventude de boa índole? Vamos assistir a destruição da nossa juventude a se afundar em entorpecentes, sendo que a felicidade a que eles têm direito não se encontra na toxicomania? É preciso oferecer aos jovens algo de melhor, senão iremos assistir ao envelhecimento rápido desta nossa cidade.
Patense, o que o jovem viciado costuma buscar em suas “viagens” é um estado que o livre de sua situação presente. Seria, talvez, o “Nirvana” ou a perda de contacto com a realidade dolorosa que enfrenta em seu dia-a-dia. O uso do tóxico vem de uma insatisfação e de uma falta de gratificação com relação ao mundo e principalmente a si próprio. O álcool e o cigarro, que levam milhares de pessoas à morte, atualmente, já deixam de ser tabus e são quase totalmente aceitos. Contudo, o álcool, principalmente, era considerado, há poucos anos atrás, algo tão terrível como qualquer tipo de droga, hoje.
Muitas drogas são encontradas, às vezes, com facilidade em nossa cidade, e muitos são levados a experimentá-las como a tudo que lhes surgir de novo à frente, principalmente na adolescência, que é o período de descobertas e buscas. Assim como os efeitos do álcool e do tabaco foram experimentados antes que os pais o soubessem ou permitissem, é possível que com os tóxicos ocorram o mesmo. Entretanto, a adolescência, por ser um período difícil, pode gerar uma certa confusão e levar a opção por um rumo pouco seguro.
Pai, você sabe onde está e o que faz seu filho agora?
Dê-lhe liberdade de cavar o seu próprio destino de felicidade. Mas, ajude-o a não ter que buscar nos tóxicos uma ilusão utópica e bem estar passageiro.
* Fonte: Texto publicado com o título “Defendamos Esta Cidade: Ela Não Pode Morrer Assim” na edição de 17 de janeiro de 1980 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Semdrogas.com, meramente ilustrativa.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.