OSVANDO AMARO TEIXEIRA (CAPELÃO/VANDINHO)

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digitalizar0001Osvando era seu nome, Osvando Amaro Teixeira, mas todos o conheciam por Vandinho, simplesmente, e alguns, como eu, tratavam-no pela alcunha mais íntima de Capelão. No meu caso, Capelão, meu cunhado. Nascido na antiga Capelinha do Chumbo, hoje Major Porto, filho de Deusdedit Amaro Teixeira, o Dero Amaro, e Nair de Oliveira Barreto, a dona Nila, ele cresceu fazendo aquilo que era sua especialidade: reunindo amigos à sua volta. Alegre, afável, sorridente, bonachão, fiel e leal, honesto e confiável. Vandinho, ou Capelão, meu cunhado, passou pela vida distribuindo favores: sua presença, sua palavra, seu encantamento pessoal, sua amizade, eram riquezas que ele espalhava sem nada querer, sem nada pedir em troca. Era bom, apenas, e os que tiveram a felicidade de conhecê-lo recebiam-no com o que tinham de melhor: estampando no rosto o sorriso fraterno dos que querem bem, com o coração aberto e a alma pura, livre de segundas intenções.

Um dia, antes que a mim chegasse o portador, a rádio local trouxe a notícia: Capelão está morto. E desse dia ficou guardado o que anotei em minha agenda, palavras ditadas pela emoção de quem gosta à sua maneira, porque gostar não precisa de prova documentada, com firma reconhecida. É coisa que se guarda no lado esquerdo do peito, bem junto do coração.

Capelão, meu cunhado, morreu ontem às 10 da noite, aproximadamente, e foi enterrado hoje, às 13 horas. Quando o vi no caixão, pálido, descorado, preso na imobilidade eterna, sem o sopro da vida que o animava e que o transformava no homem benquisto, afável e sorridente, me dei conta de quanto a vida é efêmera. Deitado na urna mortuária, o Capelão de muitos, o Vandinho de outros tantos, encerrava ali a sua passagem entre nós, que foi tão rápida, tão ligeira, que mal tivemos tempo de aproveitar sua companhia, desfrutar o prazer de estar a seu lado. Foi-se o Capelão, meu cunhado, e pela dor que sinto em meu coração imagino o sofrimento de sua família, de sua mulher e filhos, que perderam o guia, o condutor, o mestre, o conselheiro, o amigo de todas as horas. Não mais verei o meu cunhado sentado em sua poltrona, ouvinte paciente para minhas arengas e devaneios. E a minha alma enlutada só pode desejar a você, meu cunhado, meu amigo Capelão, que descanse na paz de Deus por toda a eternidade.

NOTA: Osvando Amaro Teixeira nasceu em 23 de maio de 1933 e faleceu em 21 de fevereiro de 1994.

* Fonte: Texto de Fernando Kitzinger Dannemann publicado na edição n.º 04 do jornal O Tablóide de 16 de junho de 1996, do arquivo do autor.

* Foto: Arquivo da Família.

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