Em 28 de fevereiro de 1981, Murilo Corrêa da Costa fez uma previsão nada agradável a respeito do Patos Social Clube, publicada na coluna “O Periscópio” da edição n.º 19 da revista A Debulha:
Meus amigos, fui há alguns anos presidente do Patos Social e confesso que, já naquela época, era tarefa para leão dirigir o Clube. Todos sabemos que a entidade não tem fins lucrativos o que é muito elogiável, mas como é difícil meus amigos, como é difícil. Os fornecedores, os direitos autorais, os conjuntos musicais não querem saber disso e obrigam a direção dos clubes a constantes aumentos nas anuidades e a vender mesa para as poucas festas que dão por preços realmente altos.
Ainda agora o Social está distribuindo um folheto de propaganda de seu Carnaval e, entre outras coisas, estamos sendo informados de que os festejos momescos custarão ao clube mais de 500 mil cruzeiros. As mesas estão sendo vendidas a 4 mil para os sócios que pagam este ano 5 mil de anuidade. Ora, o que está para acontecer num futuro não muito remoto é que os clubes sociais, nos moldes em que existem atualmente, vão se tornar inviáveis. Quem vai querer assumir a direção de uma entidade que vive afogada em dificuldades de toda ordem e que além de tudo tem que tolerar insultos e reclamações muitas vezes sem nenhuma base? Receio que em pouco tempo o simpático Clube terá que enveredar por outros caminhos, como o carteado, por exemplo, ou cerrar as portas. É claro que seria uma pena mas, e daí?
O tempo foi passando e tudo parecia indicar que as palavras do Murilo jamais se concretizariam. Decorridos 32 anos, várias diretorias tiveram a incumbência de manter o clube em atividade e com boa saúde financeira, mas, infelizmente, não conseguiram evitar a derrota final. E assim, no triste ano de 2013, o Patos Social Clube se extinguiu para sempre, deixando para trás um baú enorme de saudades.
* Texto e foto (05/09/2013): Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte: Arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.