Fundada em 08 de dezembro de 1935, a Sociedade Recreativa Patense funcionou no segundo andar do Edifício Ponto Chic até 21 de dezembro de 1940, quando foi inaugurada a sua sede própria. Foram cinco anos em que reinou como único clube social da Cidade. Até que em 04 de janeiro de 1942, o jornal Folha de Patos, em sua coluna Folha Social, publicou a seguinte nota:
Tendo à frente elementos de destacado relevo social, está sendo organizado mais um clube, em nossa terra. A nova agremiação terá a sua séde no Edificio S. Bento, o magnifico predio construido pelo Snr. Bermudes Afonso Alves, na esquina das ruas Benedito Valadares¹ e Olegário Maciel. Dado o prestigio dos nomes que encabeçam a comissão organizadora, e a franca adesão que tem recebido a ideia, prevê-se que o nóvel clube será dos pontos de reunião da sociedade elegante. Dizem que será batizado com o nome de “Patos Social Clube”, e que as suas festas terão remarcado cunho de distinção e apuramento social.
De acordo com outras notas do mesmo jornal, fica evidente que o pessoal responsável pela instituição do novo clube objetivou a sua inauguração para o Carnaval de 1942:
O social clube de Patos, a nova sociedade que funcionará no edifício S. Bento, organiza quatro bailes imensamente prometedores”. (1.º de fevereiro).
Recentemente organizado, o Patos Social Clube, com séde no segundo pavimento do majestoso Edifício São Bento, vai abrir os seus amplos salões aos seus associados e, nesta oportunidade, será inaugurado. Tudo indica que as festas da nova sociedade que reúne em seu seio tantos elementos de projeção social, vão marcar a nota principal do próximo reinado da folia, felizmente efêmero, no dizer dos puritanos”. (08 de fevereiro)
Sabemos que esta nova sociedade está empenhada em promover animados festejos carnavalescos nos amplos salões de sua sede, no Edifício São Bento. Serão realizados quatro grandes bailes nas noite de sabado, domingo, segunda e terça e bailes infantis às 15 horas de domingo, segunda e terça. Reina grande animação em todos os círculos ligados ao Patos Social Clube, que inicia assim vitoriosamente as suas atividades”. (08 de fevereiro)
“Dizem mesmo que ha fantasias de alto preço, para o baile inaugural do Patos Social Clube. O Patos Social Clube organisa bailes infantis com distribuição de prêmios as melhores fantasias². (15 de fevereiro).
E assim se deu: na noite carnavalesca de sábado de 14 de fevereiro de 1942, o jornal Folha de Patos anunciou a inauguração do novo clube social de Patos sem ainda o “de Minas”:
Realizou-se no dia 14 do andante, a festa inaugural do Patos Social Clube, entidade recentemente fundada por elementos de nossa mais alta sociedade. Os amplos salões do majestoso edifício São Bento se abriram para conter a nossa elite social em uma festa de requinte e elegância. Empossada a diretoria que ficou assim constituída:
Presidente de Honra – Dr. Adélio Dias Maciel.
Presidente efetivo – Ataualpa Dias Maciel.
Vice-Presidente – Dr. Paulo Prado Brandão.
1º Secretário – Prof. Aguinaldo Magalhães Alves.
2º Secretário – Dr. Jacques Corrêa da Costa.
Tesoureiro – José Nicomedes da Rocha.
Oradores – Dr. Ernani de Morais Lemos e Oliveiros Marques de Oliveira.
Diretores de festa – Olegário Tibúrcio de Souza, dr. Fernando Corrêa da Costa e dr. Delfim Borges da Fonseca.
Conselho Fiscal – Abner Afonso de Castro, dr. Sebastião de Castro Amorim e José Tomaz de Magalhães.
Usou da palavra, comemorando o acontecimento, o dr. Oliveiros Marques de Oliveira, digno promotor de justiça da Comarca, que foi muito aplaudido.
Tendo a instalação do Clube se realizado em pleno carnaval, que correu animadíssimo em seus salões e nos da Sociedade Recreativa Patense, a diretoria desta, na noite imediata, foi incorporada visitar a sua congênere, saudando os dirigentes da Recreativa, ao champanhe, o dr. Ernani de Morais Lemos, e em agradecimento, visivelmente comovido, falou o dr. José Olímpio de Melo.
Na noite seguinte, o Patos Social Clube foi agradecer a gentileza da visita, recebendo, entretanto, maiores gentilezas, da Recreativa, sendo saudada, ao champanhe, em cintilante improviso, pelo farmacêutico João Gualberto de Amorim Júnior, falando arrebatadoramente em agradecimento, o prof. Aguinaldo Magalhães Alves.
Estas festas realçaram muitíssimo os festejos do carnaval nos dois clubes de nossa alta sociedade, consignando, assim, horas de elegância e aristocracia em momentos rumorosos de intenso folguedo.
* 1: Hoje Rua Major Gote.
* 2: Leia “Como Será o Carnaval de 1942?”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte: Arquivo da Fundação Casa as Cultura do Milho, via Marialda Coury.
* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.
