Conta a História que a educação escolar de antigamente era muito rígida e os poucos bagunceiros eram punidos sem dó, simplesmente porque naquele antigamente o professor era a autoridade máxima na sala de aula e os pais concordavam plenamente com a severidade e os castigos. Hoje, ora, quem manda na escola é o aluno e coitado do professor que se enrosque com qualquer um deles, pois ou o aluno chega a agredi-lo ou os pais procuram a escola em busca de satisfações por terem faltado com respeito ao seu angélico filho. Lógico, há a exceção, o estabelecimento escolar onde não tem mala: o Colégio Tiradentes.
Não muito no antigamente, na Escola Estadual Marcolino de Barros, três alunos burricidos na faixa dos 14 anos de idade foram enviados pelos seus respectivos professores à sala do Diretor. Os três, já sabendo que iam ser punidos, postaram-se sisudos esperando cada um o seu veredito. O primeiro confessou que havia dado um beijo numa sua colega sem ela esperar e a menina aprontou um berreiro danado por causa de tão simplória atitude. O diretor não quis saber:
– Você não tinha o direito de fazer isso, por isso vai ficar de castigo na sala dos professores até o final da aula e receberá dois dias de suspensão.
Enquanto uma supervisora retirava o aluno castigado da sala do diretor, este ouvia a arte que o segundo aprontara:
– Eu estourei um balão de surpresa atrás de um colega e eu tinha esquecido que ele sofre de asma, aí ele teve uma crise forte de asma e foi levado pro Regional.
– Pois é, veja só como são perigosas essas brincadeiras de mau gosto. Vai lá ficar de castigo com seu colega e receberá quatro dias de suspensão.
Falou o terceiro aluno:
– Sr. Diretor, eu fico bravo demais da conta quando me chamam de pançudo. Já briguei muito na minha rua por causa disso. Aqui na escola ninguém tinha me chamado de pançudo, isso até hoje, quando uma colega fez isso. Então, Sr. Diretor, eu fiquei com tanta raiva, puxei com força as duas orelhas dela e depois fiz questão de derrubar a Vassoura lá no corredor.
– Ora, meu jovem, ela te ofendeu e você reagiu. Vá lá, busque a colega que o ofendeu e aqui na minha frente um pedirá perdão ao outro e não haverá punições. Só não entendi porque você derrubou a vassoura no corredor.
Foi nesse momento que entrou uma professora com uma aluna, com algumas escoriações:
– Senhor Diretor, essa é a Gabriela, apelidada de Vassoura, porque não pode ver uma vassoura que ela pega a começa a varrer o chão. Olha como ela foi maltratada por esse unzinho aí.
E agora, Diretor?
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 01/02/2013 com o título “Casa do Hugo – 1”.