CUÍCA-GRACIOSA

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, OUTROS.

A família Didelphidae é composta por gambás (também chamados de saruês), cuícas ou catitas e guaiquicas. Animais que possuem características únicas e estão entre as espécies mais antigas do planeta. Nesta família os gambás são os mais “comuns” e próximos ao homem, principalmente por se adaptarem bem às áreas urbanas, sendo encontrados com muita frequência em quintais, por exemplo. As cuícas possuem hábitos noturnos e vivem em ambientes específicos de florestas. Esses seres pequeninos pertencem ao gênero Gracilinanus, que em latim significa “anão gracioso”. No Brasil existem três espécies de cuíca anã: a Gracilinanus agilis, a Gracilinanus microtarsus e a Gracilinanus emiliae.

A Cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis) é pequeninha, com grandes olhos e uma carinha assustada. É um dos menores marsupiais do mundo, com comprimento total de não mais de 25 centímetros e mais da metade disso é a cauda. Pesa até 30 gramas. Ao redor dos olhos, os pelos são negros, o que faz com que eles pareçam maiores, enquanto a coloração do corpo é em tons de marrom. Com o corpo de 12 centímetros de comprimento e uma cauda longa de até 16,7 centímetros, pode ser facilmente confundida com um ratinho selvagem.

Esse marsupial possui uma pelagem que mescla tons castanho-avermelhado, amarelo e cinza. Tem as patas e o focinho em tons de rosa claro e uma máscara negra ao redor dos olhos. O rabo é quase nu e é usado como quinto membro para se pendurar, apoiar e segurar em pequenos galhos. Arborícola, dificilmente desce ao solo. Alimenta-se de insetos e frutos e é considerado um ótimo dispersor de sementes. Vive em florestas de Mata Atlântica e Cerrado e, devido ao tamanho, pode ser confundido com um filhote.

No Brasil, ocorre principalmente em formações florestais do Cerrado e eventualmente em florestas mais secas da Mata Atlântica. Mas ela é encontrada também no Paraguai, na Bolívia, no Peru e na Colômbia. Como o dito, tem hábitos arborícolas, ou seja, vive em árvores, como a maioria dos marsupiais. E várias características de seu corpo são adaptações para facilitar a sua locomoção pelos galhos. A cauda preênsil funciona como um quinto membro e as patas traseiras têm um polegar opositor que agarra os galhos. Com isso, ela é bastante ágil e se movimenta pelas árvores com muita rapidez.

Os marsupiais são animais cujos filhotes nascem prematuros e, para terminarem seu desenvolvimento, ficam em uma bolsa na barriga da mãe, o marsúpio. Mas os marsupiais brasileiros – que além das cuícas incluem os gambás – não têm um marsúpio verdadeiro. Assim, a Cuíca-graciosa não tem nenhuma proteção para os mamilos e, por isso, depois de uma rápida gestação de cerca de 15 dias, a fêmea fica no ninho por um bom tempo, protegendo e amamentando os filhotes até que eles estejam mais desenvolvidos e menos frágeis. Para isso, ela diminui seu metabolismo e vive de reservas de gordura corporal. As ninhadas têm em média oito filhotes.

Quando ameaçada, normalmente foge. Aproveita que é pequenininha e se esconde na mata. Se não der para fugir, ela enche os pulmões, eriça os pelos para parecer maior e emite uma vocalização para assustar o predador. Se nada disso der certo, ela ainda tem mais uma estratégia de defesa, a tanatose: se finge de morta e fica ali quietinha, imóvel, até que o perigo passe.

CAFÉ DA CUÍCA DA MANTIQUEIRA

A Cuíca-graciosa sobe no pé de café, escolhe os frutos mais maduros, come a casca e a polpa, descartando os grãos com o pergaminho. Não come o grão de café, joga entre as folhas. Por serem frutos de café muito doces e maduros, são grãos extremamente especiais. Ao sofrer um ataque de Cuícas em seu cafezal, Paulo Dario Carneiro Pinto Júnior, da Fazenda Alto da Paixão (Carmo de Minas-MG), teve uma boa ideia: realizar a primeira coleta destes cafés, selecionando somente os grãos deixados pelos animais. Processou em terreiro suspenso e obteve um excelente resultado. Surgiu assim o Café Carmo de Minas, cuja embalagem de 250 gramas custa além de R$ 200,00.

* Fontes: faunanews.com.br, g1.globo.com e cafeles.com.br.

* Foto (Rudimar Narciso Cipriani): g1.globo.com.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe