DEMORA NA CONCLUSÃO DA USINA DAS LAGES CAUSA IRRITAÇÃO

Postado por e arquivado em ARTIGOS.

TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1944)

O surto de nosso desenvolvimento vem-se ressentindo extremamente da falta de energia eletrica.

Elementos de indiscutivel valor têm procurado o nosso prospero municipio, no sentido de nele exercer a sua atividade, e voltam meio decepcionados, dada a impossibilidade de força suficiente aos reclamos de suas profissões.

Capitalistas preocupados no emprego do dinheiro, embora vejam propicio o nosso ambiente, arrepiam carreira na instalação de industrias pela ausencia de potencial elétrico.

Ultimamente vem-se falando de novo no desejo de ser localizada aqui moderna fabrica de tecido por companhias ricas que enxergam claras as nossas possibilidades, mas esse desideratum não pode, ainda, revestir qualquer côr pratica, enquanto o ribeirão das Lages¹ não nos incentivar com a força de sua portentosa queda.

Mesmo o levantamento de casas de diversões e cinemas, vive na espectativa da nova luz, porque sem ela inutil será todo o esforço humano.

Corre, agora, a alviçareira noticia de que a Companhia Sit, empresaria de todo o serviço, conseguiu fosse liberado o transporte de suas maquinas e em fevereiro, fará que brilhem de novo as luzes da cidade.

Que essa Companhia, sempre indiferente a qualquer apelo nosso e às reiteradas reclamações da Prefeitura, compreenda que a solução do problema não pode ser mais adiada, são os nossos votos.

Não é crivel que a Companhia locatária do serviço possa entender que fomos ao sacrificio de assinar um contrato bem oneroso, em época anormal, para que só conseguissimos o seu objeto com a restauração da normalidade.

Sacuda ela o seu natural e irritante torpor e permita o nosso progresso vertiginoso.

* 1: Leia “Usina das Lages − Decreto-lei n.º 49”, “Rodovia da Usina das Lages −1942”, “Anunciada a Construção da Usina das Lages”, “Iniciada a Construção da Usina das Lages”, “Claro-Escuro em 1944”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Força e Luz” na edição de 17 de dezembro de 1944 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Três primeiros parágrafos do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe