Todos os anos, inexoravelmente, quando a chuva se vai o tempo fica seco, a umidade desce a índices exasperantes, os ventos incomodam e a vegetação se transforma em feno a céu aberto. Estes fatores favorecem demasiadamente o surgimento de focos de incêndio, tanto em terrenos baldios quanto em áreas rurais. Alguns simples, sem maiores riscos, outros trágicos destruidores de imensas áreas do nosso Cerrado. Um número considerável deles é proporcionado pela mão humana. Da sacada do terceiro andar do edifício da Polícia Civil, localizado na esquina da Rua Major Gote com Rua dos Carajás, no Bairro Caiçaras, a fumaça se mostra aparente e ameaçadora. O olhar avança pelos Bairros Nossa Senhora das Graças, Cerrado e Padre Eustáquio, atravessa o vale do Rio Paranaíba e vislumbra nos morros adjacentes o fogo consumindo a vegetação estropiada pelo sol abrasador. Não se sabe se o cenário é natural ou produzido por insensatos. Do alto, quatro Urubus apreciam o fenômeno à espreita de um lanchinho.

* Texto e foto (09/08/2016): Eitel Teixeira Dannemann.