Apesar de os cães serem carnívoros e gostarem de carne, não são, como os gatos, dependentes da carne para sobreviver. Pastar é perfeitamente normal e até benéfico.
A grama adiciona fibra à dieta. Ela aumenta o conteúdo do intestino e auxilia o trânsito intestinal. Como acontece com os humanos, a fibra na dieta de um cão também pode ser medicinal, reduzindo o risco de câncer de intestino. Em vez de pastar casualmente, muitos cães procuram um determinado tipo de grama ou erva específica para comer. Esses cães herbívoros preferem suculentas gramas novas de primavera cobertas de orvalho a elementos mais velhos e secos. É como uma fresca salada verde e um deliciosos molho vinagrete. Ao longo do ano, não é raro que os cães pastem as frutinhas de verão e as primeiras frutinhas de outono. Isso não é um comportamento casual, mas uma escolha mais seletiva do que a do cão que pasta.
Como podem fabricar seus próprios ácidos graxos essenciais e aminoácidos, os cães conseguem sobreviver com dietas estritamente vegetarianas, embora essa não seja a forma para a qual tenham sido destinados. Gorduras e proteínas derivadas de vegetais formam os blocos de construção que não necessários à vida, mas é mais difícil garantir o equilíbrio adequado de nutrientes unicamente a partir das plantas, em vez de contar com fontes tanto vegetais como animais. Os cães na verdade são onívoros. Experimentam de boa vontade qualquer coisa e muitos gostam de uma leve refeição vegetariana de vez em quando.
Entretanto, é importante observar a frequência com que o cão ingere grama. Isso também pode indicar problemas de saúde graves que levam o animal a tentar induzir o vômito, tais como desconforto gástrico, digestão lenta, distensão gástrica por gases, cólicas intestinais, gases em alças intestinais, fezes ressecadas ou até mesmo diarreia. A comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre os motivos que levam a esse comportamento. Em uma pesquisa realizada em 2008 por acadêmicos da Universidade da Califórnia foram entrevistados 25 donos de cachorros. Todos constataram que os seus cães comiam grama, mas nenhum deles sofria alguma doença gastrointestinal. Mesmo assim, 8% dos animais vomitaram depois do ato. Isso leva os pesquisadores a crer que problemas estomacais não são um fator determinante para esse comportamento.
Segundo eles, a cor e o sabor desses vegetais os tornam atraentes para o cão, que podem os colocar na boca como forma de matar a curiosidade ou por simples tédio. Outra explicação seria que o animal estaria sendo submetido a uma dieta deficitária e comeria a grama para complementar a produção das vitaminas A, E e K. É normal que pequenas quantidades de grama sejam consumidas − são até benéficos para a saúde do cão, como acentuado acima. Mas se essa ingestão for feita em excesso, problemas digestivos e até mesmo respiratórios podem acontecer.
* Fontes: 100 Perguntas Que Seu Cão Faria ao Veterinário (se ele pudesse falar…), de Bruce Fogle; canaldopet.ig.com.br.
* Foto: Promocoes.pet.
