CÃES ERRANTES NO ENTORNO DA LAGOA GRANDE EM 2016

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CÃES ERRANTES NO ENTORNOA pesquisa, além de ser uma via para a construção de conhecimento e informações, é base para o progresso humano no mundo científico, tecnológico e cultural. Nesse tema, falaremos de uma pesquisa realizada pelos alunos de Medicina Veterinária da Faculdade Patos de Minas onde foi realizado um levantamento ecológico rápido sobre a população de cães de rua no entorno da Lagoa Grande e da Rodoviária de Patos de Minas. O trabalho foi realizado pelas alunas Maria Luiza Bernardo Fonseca, Paula Fernandes Bizarrias Silva, Suellen Keity Fagundes e Jéssica Marielle Araújo Tavares.

O abandono de animais é frequente no Brasil e em toda a América Latina, acarretando uma série de consequências decorrentes da sua presença em locais públicos, sem qualquer tipo de supervisão, restrição e cuidados veterinários. A realização de um censo desta população é de difícil execução, porém necessário. Objetivou-se estratificar os distritos da orla da Lagoa Grande e rodoviária de Patos de Minas quanto à probabilidade de presença de animais errantes nas ruas, provenientes de abandono, estimando o tamanho de sua população.

A superpopulação canina tem sido um dos agravos nos centros urbanos, gerando o sofrimento animal, além de servirem de reservatórios de algumas zoonoses. Esses cães podem causar dispersão de dejetos, espalhar lixo, formar aglomerados de cães nas ruas, sobretudo no período de estro das cadelas dentre outros incômodos. Sendo necessário o desenvolvimento de estratégias de controle de cães, sempre enfatizando a educação para a posse responsável, entendendo o comportamento e necessidade da espécie, tendo consciência dos cuidados com incômodos referentes ao barulho e aos transtornos no período do cio das cadelas. O conhecimento acerca de uma população animal errante é essencial para o planejamento de ações de prevenção de zoonoses e outras ações em saúde pública.

Para contagem dos cães errantes foram realizadas duas visitas por semana durante trinta dias, em dias alternados nos meses de março, abril e maio de 2016. Estas visitas foram realizadas em dias não chuvosos, entre 17h e 18h. Em cada avistamento de cães foi realizado registro fotográfico e resenha composta por gênero do animal, quando possível, característica de pelagem e a frequência do mesmo naquela área.

Na área da Lagoa Grande, o número de cães errantes foi mais elevado. Os frequentadores relataram conhecer os cães errantes que transitam nessa área. Foram observadas também vasilhas de comida e água. O número de cães frequentes foi de 27 animais no período da pesquisa. Na área da Rodoviária foi observada a presença de cães errantes, porém, as recontagens não eram muito frequentes, configurando-se apenas como uma área de passagem, mas não de permanência dos cães. Não foram observadas vasilhas de comida e água nesta área que é um espaço de 250.000m² com uma frequência de 0,00016 cães por metro quadrado.

Os cães foram observados com maior frequência em situação de repouso e com menor frequência em deslocamento na Lagoa Grande, enquanto na rodoviária não observamos cães em repouso, apenas em deslocamento. Os locais de repouso dos cães observados foi na grama embaixo das árvores, próximo ao parque da Lagoa Grande, e próximo a uma barraca de lanches.

A política de captura e extermínio de animais errantes não se configura método eficiente do ponto de vista técnico, ético e econômico para o controle da superpopulação de cães e gatos sendo a esterilização cirúrgica e a educação para guarda responsável os métodos mais eficazes, pois a maioria dos animais das áreas estudadas são semi-domiciliados. O resultado apontou que é uma densidade considerável. Fica evidente a necessidade de um maior debate quanto à importância da castração para a diminuição da população de cães errantes, pois a grande quantidade de cães errantes nas ruas resulta em um grande número de cópulas e, consequentemente, ninhadas não planejadas que, muitas vezes, acabam tendo destinos inadequados, contribuindo para o aumento da população de animais errantes. Ressalta-se que mais estudos devem ser realizados não somente nessas áreas, mas em toda cidade!

* Fonte: Texto de Me. Saulo Gonçalves (professor e biólogo inscrito no CRBIO 4) publicado na coluna Biologia do Cotidiano com o título “Cães errantes no entorno da Lagoa Grande e Rodoviária de Patos de Minas: levantamento populacional” na edição de 20 de agosto de 2016 do jornal Folha Patense.

* Foto: Animalogos.blogspot.com, meramente ilustrativa.

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