LHAMA

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O Lhama (Lama glama) é um mamífero ruminante da Ordem Artiodactyla e da Família Camelidae, chamado de camelo do Novo Mundo. Foi domesticado e originou-se do mesmo ancestral que deu procedência a Alpaca, Guanaco e Vicunha. São habitantes naturais das altitudes dos Andes no Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Atualmente podem ser também encontrados com frequência nos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e alguns países europeus, onde foram levados para servirem como animais de companhia e produção de fibras. Conseguem sobreviver em locais onde não são encontrados outros animais, muitas vezes são associados a ovelhas e com elas são colocados para pastar em locais onde não é possível haver agricultura. Além disso, são usados para transporte de mercadorias e também são usadas a sua carne, a lã, o couro, as fibras e o estrume para cozinhar alimentos e como fertilizante natural.

Convive e auxilia seres humanos há mais de 4500 anos, quando começou a ser domesticado. Foram os povos pré-colombianos que tiveram a proeza de fazê-lo, como os Olmecas, os Toltecas, os Teotihuacanos, os Zapotecas, os Mixtecas, os Astecas, os Maias. A esmagadora maioria dos pesquisadores prefere indicar que os Maias foram os responsáveis por aproximar o Lhama dos humanos, ao perceberem que o animal é realmente forte e poderia servir muito na agricultura e transporte de materiais.

Pelagem longa e lanosa, coloração indo desde o branco, marrom e chegando a tons mais escuros; medem de 1,40 m a 2,40 m contando com a cauda de 25 cm e chegam a pesar 150 Kg. A gestação dura 11 meses e nasce normalmente 1 filhote chegando a pesar 11 kg. Os adultos chegam a viver até 24 anos. Capim, cana-de-açúcar, silagem, feno e outras forragens, incluindo leguminosas, são o que ele gosta de comer, por ser um ruminante.

Ultimamente vem sendo apreciado como animal de companhia. Há centenas de famílias de áreas rurais que são proprietárias de pelo menos um exemplar. Elas garantem que o comportamento é semelhante ao dos cães ou gatos. Dóceis, amigáveis, sociáveis. Segundo esses mesmos proprietários, ele funciona até como animal de guarda de rebanho. Sua sociabilidade é capaz de tomar a proteção de diversos grupos de animais rurais como se fossem seus. O problema é quando se irrita sem motivo aparente. Foi considerado o 8º animal mais irritável do mundo, segundo o canal Animal Planet e quando irritado ou para chamar a atenção, espirra muco na direção do objeto de sua irritação. Esse espirro é mistura de muco nasal com saliva. Extremamente fétido, não chega a ser tóxico, mas causa grande sensação de aversão. E, ainda, a cusparada pode chegar a 5m de distância. Além disso, para complemento do ato em si, dispõe de excelente pontaria. Porém, não há um padrão para essa atitude. Num momento, ele pode estar tranquilo, passível; no momento seguinte, simplesmente ignora o ambiente e se isola.Seus donos sabem que não podem contrariá-lo em momento algum.

Possui um assobio peculiar e característico, que não serve apenas para demonstrar irritabilidade, mas também ansiedade, cansaço, estresse, curiosidade. Segundo especialistas, cada um tem um significado. Há até mesmo uma espécie de gargarejo que os machos fazem soar quando querem atenção de uma fêmea. Assim, diferente de muitos outros mamíferos que preferem dancinhas de acasalamento, o Lhama gosta de “cantar”. Por outro lado, as recém-parturientes emitem um rápido e forte som, parecido com cliques. Assim, tanto se identificam para seus filhotes quanto ensinam a eles questões ambientais, como perigo iminente.

Em novembro de 2018, o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais divulgou:

Uma equipe do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, infectou Lhamas com múltiplos tipos de gripe, para estimular uma resposta do seu sistema imunológico. Em seguida, analisaram o sangue dos animais, procurando pelos anticorpos mais potentes, que poderiam atacar uma ampla variedade de vírus. Os cientistas, então, identificaram quatro anticorpos dos Lhamas. Depois, começaram a desenvolver um anticorpo sintético, que une elementos desses quatro tipos. Em uma outra fase do estudo, esse anticorpo sintético foi testado em ratos, que receberam doses letais de gripe. “É muito efetivo. Foram testados 60 tipos de vírus diferentes. Apenas um deles não foi neutralizado (pelo anticorpo sintético), mas é um vírus que não afeta os humanos”, explicou o professor Ian Wilson, um dos responsáveis pelo estudo. “O objetivo é criar uma proteção que não precise ser renovada a cada ano, e que também proteja das possíveis pandemias, caso apareçam”, justificou. O trabalho, que foi publicado na revista científica Science, ainda está em estágios muito iniciais. A equipe de cientistas pretende realizar mais experimentos antes de fazer testes com humanos.

* Fontes: Crfmg.org.br, infoescola.com e vidanimal.com.br.

* Foto: Naturezalindabela.blogspot.com.

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