DEDÃO ESTRESSADO

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Sujeito esforçado o Genivaldo, um dos garçons de um restaurante e churrascaria que funcionou no segundo andar do prédio do Roza Hotel. Vivia uma vida pasmacenta com sua esposa Jandira numa residência confortável no Bairro Brasil. Era de praxe, por parte dela, visitar os pais que moravam em Paracatu num final de semana de cada mês. Enquanto isso, o maridão mandava ver no seu trabalho.

Assim foi indo até que um conhecido do Genivaldo, que a Jandira não conhecia, mas ele a conhecia, numa viagem de ônibus de Paracatu a Patos de Minas estava ao lado dela quando ouviu a mulher dizendo:

– Enfim, juntos.

Logo, o conhecido do Genivaldo, assuntou:

– Enfim juntos?

Encabulada, ela explica:

– Desculpe, moço, mas não é nada contigo, eu estava falando com os meus joelhos.

O conhecido do Genivaldo não perdeu tempo em procurá-lo para contar o ocorrido. Injuriado com o fato, Genivaldo preferiu ficar calado para racionar sobre o que fazer.  Mas não teve jeito de evitar o estresse cornal, e esse estresse cornal, na sua atividade rotineira, por um desleixo causou-lhe um corte no dedão que ele não tratou adequadamente. E o dedão inflamou. Numa noite de trabalho, com o dedão latejando, decidiu que no outro dia iria ao Hospital Regional. Servindo um cliente que havia pedido uma sopa, ele chega com o pedido com o tal dedão inflamado dentro da dita sopa. Óbvio que o cliente chiou:

– Ei, que negócio é esse, você está com o dedão dentro da minha sopa.

O Genivaldo explicou:

– É que estou com o dedão inflamado e percebi que o danado ficando dentro de um lugar quente a dor diminui demais da conta. Amanhã vou ao Regional para tirar o pus e me aliviar disso. Ô disgrama!

Injuriado com o procedimento do Genivaldo, e antes de reclamar ao proprietário da casa, o cliente fez questão de esbravejar:

– Ora, seu FDP, porque não enfia esse maldito dedo purulento naquele lugar?

Na maior inocência, o Genivaldo confessou:

– Pois é, ele estava justamente lá, mas antes de servir a sua sopa tive de tirá-lo de lá para lhe servir a sopa, né.

Justa Causa e fim de papo. E o seu problema relacionado à Jandira? Não sei como eles resolveram a situação. Se alguém souber…

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Montagem de Eitel Teixeira Dannemann sobre foto publicada em 06/06/2014 com o título “Antiga Rodoviária no Final da Década de 1970 − 1”.

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