PATOS, CELEIRO DO BRASIL

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TEXTO: OMAR TIBÚRCIO (1937)

Freqüentemente nos chegam notícias animadoras acerca de nossa TERRA. Com isso ficamos orgulhosos e satisfeitos, proclamando aqui e ali, o que pode a capacidade de nossos concidadãos.

Não é o bafejo da civilização que aporta em Patos: é um sopro de progresso na eternidade dos tempos, alentando seus filhos a trilhar o caminho da prosperidade e do alevantamento da Terra.

Patos, sintetizando, harmonicamente, a energia fecunda de seus filhos, atravessa uma fase histórica de sua vida. Aponta aos vizinhos, já ultrapassando os limites da sempre gloriosa Minas, o caminho que o Patriotismo lhe indica. A senda porque, neste momento, envereda não é outra do que aquela que o admirável Humboldt previu no século passado: Brasil, celeiro do mundo.

Exemplo dignificante, que enobrece o espírito humano de Patos; ação dinâmica, que agiganta a gleba vergel deste pequeno rincão encravado nas encostas da Mata da Corda.

Patos é, por enquanto, o diamante natural bruto, rude, sem brilho sem cor que está engastado nas montanhas que o cercam. E quando o diamante estiver todo polido, burilado, com a habilidade mágica do lapidador, então, sentir-nos-emos, todos, sem exceção, satisfeitos com a obra estupenda realizada devido somente à energia canalizada dos patenses. Proclamaremos, e eu serei um dos mais entusiastas: Patos, celeiro do Brasil…

Não se realizam grandes obras sem grandes decepções e desilusões. É que ao lado dos realizadores e dos empreendedores estão sempre os que procuram, por uma ação contraria, desmoronar todos os esforços, evitar todas as tentativas.

Acautelem, pois, aqueles que procuram dar uma razão de ser de Patos.

Não desanimem ante os fracassos porque é com as derrotas que, tomando lições destas, alcançamos as grandes vitórias.

O povo de Patos quer ser o celeiro do Brasil. Isto ninguém contesta. E quem poderá deter a arrancada violenta, mas organizada, de um povo da energia do nosso, de uns cidadãos do dinamismo dos nossos?

Creio eu que nem os despeitados conseguirão por termo a esta avalanche, que já desce, fragorosamente, da montanha.

[…] ou não, dentre algumas décadas, patenses, o celeiro do Brasil?!!

* Fonte: Texto publicado na edição de 19 de junho de 1937 do jornal Folha Patense, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Laprovitera.blogspot.com.

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