O Anser cygnoide é originário da Ásia, especificamente de regiões úmidas, alagadas, cercadas por lagos e lagoas − locais onde ele pode encontrar espécies vegetais, como folhas, sementes, gramíneas, além de lesmas, moluscos, entre outras refeições, geralmente só disponíveis em amplos espaços naturais. O apelido de “sinaleiro” deve-se ao fato de serem excelentes “gansos de guarda”, capazes de dar “sinais” inconfundíveis sempre que algum estranho se aproxima. Essa habilidade é o resultado, em boa parte, de uma audição apuradíssima, além de uma visão incomparável, favorecida por uma estrutura ocular composta por sensores especiais, capazes de lhes permitirem enxergar de forma bem mais nítida do que os humanos e os cães, por exemplo.
O que ocorre é que possuem um sensor a mais do que os humanos. Este sensor permite-lhes perceber, com maior clareza, as cores e as ondas ultravioletas, e ainda torna as informações mais precisas − o que permite ao cérebro perceber melhor tudo o que há à sua volta. Somam-se a essas não tão poucas habilidades, o fato de possuírem um excelente sentido de direção, maior ferocidade na demarcação do seu território − sem contar o fato de que, não se sabe bem por quê, não se distraem facilmente (como os cães, por exemplo). Por isso mesmo, não adianta tentar ludibriá-los com algum tipo de agrado.
Os sinaleiros chineses dividem-se em brancos e pardos. Eles são descendentes dos imponentes “gansos selvagens” − parentes próximos dos gansos africanos − e os superam de muito em tamanho e porte, pois podem atingir até 9kg (macho) e 8kg (fêmea). Possuem hábitos diurnos, excelente desenvoltura na terra e na água, podem atingir até 60 cm de altura, geralmente vivem no máximo 10 anos, e o seu porte é magro, elegante e esbelto. O chinês branco em muito lembra um cisne − não por outro motivo costumam ser confundidos por aqueles menos acostumados com essa espécie. Eles são considerados uma preciosidade, o que existe de melhor entre os anseriformes, e ainda oferecem uma produtividade fantástica, pois as fêmeas são capazes de pôr até 60 ovos durante o seu período fértil, quando não acontecem fenômenos como os casos de fêmeas que depositam até 100 ovos. Nas Américas são considerados quase que uma espécie “da casa”, tal foi a sua adaptabilidade ao clima, temperatura, vegetação, entre outras características dos mais variados rincões do continente. Para se ter uma ideia da sua qualidade biológica, os machos podem facilmente chegar aos 5 kg com apenas 2 meses de idade − uma qualidade que, por si só, faz dessa espécie uma das que possuem o melhor custo-benefício entre os anseriformes conhecidos no Brasil.
O ganso sinaleiro chinês branco é, sem dúvida, a variedade que mais se adaptou às características do clima, vegetação e relevo brasileiro. Possuem penas completamente brancas, bicos e pés de um tom meio alaranjado, um par de belíssimos olhos azuis (cor de mar) e uma cauda pequena (principalmente as fêmeas). Possuem ainda uma espécie de serrilha no bico (com o qual cortam folhas, flores, mato, etc.), além de um curioso instinto gregário, que os faz seguir, disciplinadamente, um líder quando este toma a dianteira. Apesar da carne e ovos bastante apreciados, a qualidade que verdadeiramente conquistou os criadores brasileiros foi a sua incomparável capacidade de tornarem-se “gansos de guarda” e, obviamente, o seu valor estético, típico de um belo representante das aves ornamentais. Enfim, o ganso sinaleiro chinês branco, juntamente como o seu parente próximo, o ganso sinaleiro chinês pardo, destacam-se pela elegância, porte esbelto, beleza incomparável, além da capacidade de protegerem uma propriedade, graças aos inúmeros recursos que possuem para manter visitas indesejadas a uma boa distância.
Tal é a capacidade dos sinaleiros de protegerem uma propriedade que, por mais incrível que possa parecer, eles chegam a ser utilizados como espécies de “vigilantes noturnos” em delegacias de alguns bairros chineses mais distantes. Aqui mesmo no Brasil, muitos indivíduos (especialmente nas regiões mais isoladas) estão optando por utilizar essas espécies como o principal “equipamento” de segurança das suas residências. De acordo com alguns depoimentos, apesar de um ou outro conflito, inevitável, com a vizinhança, os seus grasnidos e ataques ferozes a qualquer desavisado que ouse cruzar o seu caminho, quando comparados com as despesas que exigem, acabam transformando-se em um excelente custo-benefício.
Com relação à qualidade da carne, as opiniões são quase unânimes: é uma das mais suculentas entre todas as espécies de anseriformes. E é capaz, inclusive, de rivalizar com a carne do peru, e ganhar nessa comparação. Somam-se a essas qualidades, o fato de produzirem ovos maiores do que os das galinhas e fornecerem as suas belíssimas penas para ornamentos (ou mesmo para confecção de travesseiros, almofadas, colchões, entre outros artefatos). A alimentação é uma das mais variadas entre as aves. Milho, ervilhas, cascas de frutas, legumes, hortaliças, pequenos invertebrados, gramíneas, além de ração especial, podem ser introduzidos à sua dieta sem nenhum tipo de transtorno − o que, sem dúvida, é uma das suas qualidades mais apreciadas.
* Fonte: Mundoecologia.com.br.
* Fonte: br.vazlon.com.