II ENCONTRO DE ARTE − RESULTADOS

Postado por e arquivado em ARTES, DIVERSOS.

O censo avaliativo cultural do patense cresce a cada dia devido às várias promoções realizadas, principalmente em 1981, na área artística cultural.

Questionando, realizando e desenvolvendo vários métodos, sejam eles quais forem a prova é que a cada dia necessitamos ainda mais de um espaço físico, ou seja a Casa de Cultura.

A coordenadora deste movimento: II Encontro de Arte¹ , a atriz e presidente do Grupo de Teatro Amador (GRUTA)², mais uma vez presta-nos esclarecimentos avaliando o que foi e como se desenvolveu a preparação deste “Encontro” principalmente das entidades Culturais e o Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Patos de Minas.

1. Qual foi o saldo positivo do II Encontro de Arte?

Vários foram os resultados, mas gostaria de ressaltar que, todas as atividades artísticas das entidades e pessoas ligadas à arte em Patos, sempre fora um caso à parte para um órgão encarregado de apoiar e difundir a nossa cultura. Desta vez, o trabalho foi realizado conjuntamente: DEC e entidades, sendo para nós, este evento foi também a conquista de um espaço político-cultural, direito que vinha crescendo a cada vez que se realizava alguma atividade artística de qualquer natureza.
Até então, não havia um reconhecimento e um respeito pelo árduo trabalho desenvolvido em nossa cidade. (Ex: a não participação, digo aceitação de nenhuma entidade artística nas “FENAMILHOS”).

2. Qual foi a participação das Entidades Culturais Patenses?

Além da participação efetiva com trabalhos ligados à área que cada entidade ou pessoa física desenvolve, houve também a participação nas discussões de planejamento, sugestões até o resultado final da programação.
Contamos tembém com a colaboração da 18ª Delegacia Regional de Ensino, das Escolas de 1º e 2º graus, e da Banda do 15º BPM, que normalmente não desenvolvem um trabalho meramente artístico como é o caso dos demais participantes na sua maioria.

3. Qual o motivo da sua presença como coordenadora?

Foi apenas uma questão de liderança, sugerida em reunião pelo diretor do DEC − José Paschoal Borges, e que obteve aceitação dos presentes. Embora, o II Encontro já contasse do Calendário Cultural desde o ano passado (1980), e sua comissão provisória, anteriormente tivesse a coordenação de Maria da Graça Corrêa, que por motivo de doença não pôde este ano assumir a coordenação geral dos trabalhos extra-DEC (Serviço de Difusão Cultural).

4. Como está a situação da Casa da Cultura, já que esta questão foi novamente discutida dentro do II Encontro de Arte?

Bom, o II Encontro de Arte, foi mais uma oportunidade que tivemos, de mostrar ao público, a necessidade urgente da tão sonhada CASA DE CULTURA.
Durante o Encontro, pudemos questionar, debater e levantar propostas quanto à questão, não só do espaço físico, mas sobretudo das condições de manutenção, apoio (inclusive financeiro) e outros meios de sustentação do acervo cultural patense.
O fato de já termos garantido legalmente um local onde será (?) construída a Casa de Cultura³, não nos deixa tranquilos e muito menos vitoriosos. Isto porque, a LUTA começa agora: até então, os do outro lado (autoridades, políticos, etc.) não se faziam presentes na fileira encabeçada pelas entidades culturais patenses e pessoas físicas ligadas à arte. Fileira esta, que garantiu ao longo destes anos o amadurecimento e um maior desenvolvimento da visão cultural de nossa cidade.

5. Como fica a situação da falta (provisória) de um espaço físico já que todas as atividades artísticas estão sendo realizadas no auditório da Rádio Clube?

O perigo que eu vejo, é que a partir de agora, MUITA GENTE queira tirar partido (inclusive políticos) dessa situação, de maneira que venha a prejudicar as boas intenções e os esforços de todos aqueles que realmente, estiveram à frente, durante todos estes anos, aguentando adversidades ao longo desta espera.
Quanto ao auditório da Rádio, eu, particularmente, sou a menos indicada para assegurar alguma coisa, uma vez que por motivos de opção político-partidária (direito que ainda assiste a todo cidadão), eu como representante do Gruta, já fui prejudicada várias vezes (três) com espetáculos às vésperas de estréia pela direção da Rádio.
Por enquanto, não sei se os donos do referido auditório estão realmente preocupados com a cultura patense, no tocante à Arte Pura, sem cor partidária; mas a arte que é política enquanto ato humano – ou se estão mais voltados para as ARTImanhas politiqueiras, que é o prato do dia de nossa cidade.
Prefiro então deixar que o diretor do DEC – José Paschoal Borges leve à frente as reivindicações feitas durante o encontro e uma delas, é saber de uma vez por todas qual a posição dos donos do auditório em relação a todas as entidades (ou seria somente pessoa física) e posteriormente, ele poderá responder à sua pergunta.
No mais acredito que enquanto houver força, continuaremos lutando mesmo que os outros não queiram. E vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos culturais da cidade, uma vez que tivemos um público excelente participando das atividades do II Encontro de Arte e creio que este já está atento a tudo que virá.

* 1: Leia “II Encontro de Arte − Programação”.

* 2: Num relapso, a matéria não citou o nome da coordenadora do Encontro e presidente do GRUTA: Maria Célia Costa Santos.

* 3: Leia “Casa da Cultura na Praça Desembargador Frederico: Lei n.º 1.764/81”, “Comissão Pró-Casa de Cultura Busca Apoio na FENAMILHO/81”, “Comissão Pró-Casa de Cultura X FENAMILHO/81: Não Houve Acordo” e “Casa da Cultura − Será Que Esqueceram Dela?”.

* Fonte: Texto publicado na coluna Sem Fronteiras com o título “Um saldo bastante aproveitável” no número 32 de 15 de setembro de 1981 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Tutores.com.br.

Compartilhe