SHAR-PEI

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O Shar-Pei pode ter vivido nas províncias do sul da China desde a Dinastia Han (cerca de 200 a.C.). A certeza surge no século 13 em documentos que descrevem um cão enrugado e provam a existência da raça. Suas origens são desconhecidas, mas como apenas ele e o Chow-Chow têm a língua azul-escura e ambos vêm da China, é provável que eles tenham um mesmo ancestral. A história do Shar-pei é difícil de traçar porque a maioria dos registros sobre seu passado se perderam quando a China se tornou comunista. Nessa época os Shar-Pei trabalhavam com os camponeses, cumprindo os papéis de cão de guarda, caçador de javali e cão de briga. Após o comunismo, a maior parte dos cães chineses foi eliminada, sobrando poucos remanescentes fora das cidades. Alguns foram criados em Hong Kong e Taiwan, e o Kennel Club de Hong Kong reconheceu a raça em 1968. Por volta dessa época, alguns espécimes chegaram à América, mas o momento decisivo aconteceu com um artigo em 1973 alertando criadores americanos sobre os números baixos de espécimes da raça. Anunciado como o cão mais raro do mundo, os criadores disputavam os poucos disponíveis. Desde então, a raça passou da beira da extinção para o auge da popularidade, e é uma das raças mais conhecidas da América.

É um animal compacto, ágil e forte, de membros fortes e musculosos, com expectativa de vida entre 8 e 10 anos. Os machos têm entre 45-50 cm de altura e pesam 20-25 kg; as fêmeas 40-45 cm e 16-20 kg.

O corpo é coberto de peles e rugas. Estas rugas e dobras só devem ficar na cabeça e na altura do dorso. O crânio é plano, largo e orelhas pequenas, bem grossas e em forma de triângulo apontando para os olhos. A cauda é grossa, redonda na base e fica por cima das costas. Tem pelo curto e duro e pode ser preto, vermelho, chocolate, azul, lilás, castanho, etc. Como qualquer animal doméstico, é necessário educá-lo desde pequeno. O dono deve seguir uma rotina alimentar para não alterar seu delicado sistema digestivo.

Detesta o frio, adora deitar ao sol. Tem uma gordura corporal que o protege contra muitos parasitas e por isso só é aconselhável dar banho uma ou duas vezes por ano, no máximo, pois demora para que recupere essa gordura tão especial. Depois de um longo passeio, é recomendado limpar os olhos e ouvidos com muito cuidado e passar uma toalhinha úmida na pelagem. É uma raça que ficou popular em pouco tempo e devido à reprodução descontrolada deu-se origem a muitas preocupações com a saúde e comportamento. É recomendado sempre adquiri-lo de um criador com garantia para evitar futuros problemas.

Pode apresentar alguns problemas de saúde típicos da raça, como:

– Olhos: assim como o Chow-Chow, pode sofrer de uma condição chamada entrópio, quando a pálpebra fica invertida, voltando-se para o globo ocular. Isso pode gerar infecções e irritações e, se não cuidado, pode levar à cegueira. Se o animal apresentar olhos lacrimejantes e vermelhos, leve-o ao Médico Veterinário.
– Quadril: por ser uma raça de grande porte, pode sofrer de displasia do quadril, uma má formação nos ossos dessa região do corpo. A condição é comum em cachorros com tronco largo.
– Febre do Shar-Pei: doença autoimune e hereditária. A parte mais afetada costuma ser o jarrete, aquele pequeno cotovelo na pata traseira do animal (que costuma inchar e causar problemas de articulação), mas também pode afetar o focinho e os lábios. Os sintomas mais comuns da doença são febre, inflamação e incômodos abdominais.

É fácil entender por que o Shar-Pei tem tantos seguidores fiéis. Não é só uma raça de aparência peculiar, mas tem muitas características agradáveis. Porém, deve ficar claro que não é uma raça apropriada para todos. Ainda que ativa e alerta, é uma raça de natureza tranquila, independente e muito afetuosa. São cachorros preparados para proteger seu lugar e seus donos. É muito rápido para tomar posição entre seus amados donos a qualquer coisa que seja uma ameaça, por isso é bom para cão de guarda por sua conduta instintiva. Em geral, não é agressivo, mas é importante considerar sua capacidade de causar danos, portanto o filhote deve ser adestrado para que conheça a diferença entre o que pode e o que não pode. Outro aspecto importante de sua personalidade é o instinto para caça. Tem boa visão e muita paciência para observar suas presas. É criativo, sem dúvida dará a seus donos muitas horas de diversão, especialmente enquanto cresce. Gosta das brincadeiras tanto com outros cachorros como com as pessoas e pode ser absolutamente fascinante observá-lo pensando que decisão tomar antes de entrar em ação.

* Fontes: Todos os cães, de Gino Pugnetti; Cachorrogato.com.br; Love.doghero.com.br e Tudosobrecachorros.com.br.

* Foto: Peritoanimal.com.br.

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