DRAGÃO BARBUDO

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O Dragão Barbudo (Pogona vitticeps) é um lagarto nativo da Austrália, habitando zonas secas onde a paisagem é dominada por rochas, areia e escassa em vegetação. Existem algumas subespécies com pequenas diferenças na morfologia e tamanho, mas esta é a espécie mais difundida no mercado de animais de companhia. Vivem cerca de 6 anos em estado selvagem, chegando a atingir o dobro em cativeiro. Geralmente os machos são maiores que as fêmeas e podem chegar aos 60 cm de comprimento total. Adquiriu grande populismo pelo seu temperamento dócil e tolerante ao contato humano. A barba espinhosa é ainda mais impressionante quando os animais se assustam, tornando-os maiores aos olhos de uma ameaça ou também para se mostrar a uma potencial companheira.

Um bom terrário é fundamental ao bom desenvolvimento do animal, assim ele viverá feliz e saudável. Escolha um local arejado de temperatura mais constante e que uma parte receba a luz solar; coloque jornal, grama, vegetação e um substrato réptil encontrado em lojas especializadas; gostam de escalar, então coloque ramos fortes e firmes; faça mais de um esconderijo escuro para ele, que pode se feito até com caixas de papelão, ele vai adorar; coloque um termômetro em cada extremidade do tanque, a fim de monitorar sua temperatura em ambos os lados. Evite pegar o animal na primeira semana após a chegada, apesar de não ser mortal, pode comprometer a sua boa adaptação à nova casa. O número ideal é de 6 exemplares.

Devemos usar lâmpadas próprias para répteis, a marca não é importante, para o aquecimento basta que tenha pelo menos 30 watts e tenha os componentes UVB e UVA. Caso a lâmpada que use seja normal de halogéneo ou de vapor de mercúrio esta tem de ser complementada com uma lâmpada de UVB e UVB fator 10.0. Não importa se é modelo espiral ou lâmpada tubular desde que tenha os referidos componentes, estas lâmpadas têm uma duração de cerca de 6 meses, passando esse tempo de uso é conveniente substituir. Recentemente foram criadas lâmpadas que têm ambos os componentes. Use um temporizador ligado à lâmpada para que esta ligue por volta das 9h e desligue às 19h.

Como o ambiente natural do Dragão Barbudo é quente e árido, é importante que a temperatura seja reproduzida em cativeiro, devendo ficar entre 26º e 29º C. Lembre-se de reservar um lugar no terrário onde o sol pegue diretamente a fim de que o lagarto possa receber ainda mais calor. Por o terrário ser uma barreira física, geralmente feita em vidro e/ou madeira, nunca devemos esquecer que ele precisa ter respiradores a fim de que o ar possa ser renovado. Correntes de ar não são recomendadas, portanto, se houver mais de um respirador, esses devem estar desalinhados.

A alimentação é constituída de insetos, frutos e vegetais e deve ser feita de duas a três vezes ao dia, ainda mais quando são filhotes. Nessa fase, divida sua alimentação entre 80% de insetos e 20% de vegetais e frutas. Tais percentagens vão mudando de acordo com seu crescimento, chegando a 80% de vegetais e frutos e 20% de insetos. Exemplos de alimentos: baratas; gafanhotos (se adulto); grilos; larvas de cera e tenébrio, ocasionalmente; salsa, couve, dente-de-leão, trevos, feijão verde, folha de beterraba, cenoura, pepino, brócolis, batata, ervilha, uva, pêssego, banana, morango, maça, pera, mamão papaia, melão, tâmaras, kiwi e figos (tudo picadinho); suplemento de cálcio (borrife os insetos quando o dragão for pequeno e a cada quatro dias quando adulto). O tamanho do alimento nunca deve ser maior que a distância entre os olhos do animal. Os restos devem ser retirados diariamente. A água não é um problema, pois é suficiente a que retiram dos alimentos, no entanto eles gostam de banhar-se, faça um tanque de água para eles se divertirem e se refrescarem.

São fáceis de reproduzir. A copula pode ser um pouco agressiva, em alguns casos as fêmeas ficam com marcas de dentadas no pescoço, mas geralmente não é nada de preocupante. Não é fácil determinar o sexo, especialmente se forem juvenis. Na base da cauda junto à cloaca os machos têm duas protuberâncias, enquanto as fêmeas apenas têm um ligeiro volume acima da cloaca em direção à ponta da cauda. Em alguns casos ela pode ser imperceptível. Em adultos os machos têm a cabeça maior e mais maciça e as escamas da garganta (barba) são mais salientes.

A partir dos dois anos de idade os jovens dragões já estão muito mais resistentes e já podem passar a viver no exterior o ano inteiro, sendo adoráveis animais de jardim, fáceis de manter e bastante compensadores.

A EXPERIÊNCIA DE CLÁUDIO GODINHO

Quando comprei o meu primeiro trio de dragões barbudos eles já tinham cerca de um ano, depois de pesquisar constatei que estes animais podem viver no exterior a partir de um ano de idade desde que sejam cumpridas certas condições. Assim na Primavera seguinte fiz uma caixa de madeira de contraplacado marítimo com cerca de 1.20cm de comp. x 1m de larg. x 80 de altura, coloquei areia, pedras e plantas, coloquei os animais num dia em que as temperaturas estavam próximas das do terrário para não fazer um grande choque térmico. A adaptação foi boa e nos dias seguintes notaram-se logo os benefícios da luz solar que em nada se iguala às luzes artificiais, os animais ficaram logo mais ativos, com cores mais vivas e com um comportamento mais natural. Desde então que mantenho os dragões adultos todo o ano no exterior, pois ao contrário do que se pensa estes animais em estado selvagem também recebem temperaturas baixas durante o Inverno reduzindo a sua actividade nesse período, a humidade e a chuva nos meses frios de Portugal é superior à do seu habitat Natural pelo que recomendo que caso venham a passar o Inverno no exterior que use de telhas de fibra ou acrílicos para evitar a entrada de água com a vantagem de continuar a deixar passar a luz sem que a água entre nos terrários e molhe os animais. Devido à grande difusão desta espécie no Mundo hoje já existem várias mutações não só na cor mas também na sua morfologia.

* Fontes: Artegaia.weebly.com, Cobraslagartos.com e Paginadopet.com.br.

* Foto: De Daniel Alves em Flickr.com.

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