WILSON ADÉLIO DOMINGUES ATÉ 1980

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Wilson é filho de Adélio Domingues de Araújo e Luci Mesquita de Araújo, nasceu no dia 19 de setembro de 1948, casado com a jovem Telma, uma Moçambicana, filha de Portugueses.

Concluiu seus estudos no Colégio Sílvio de Marco em Patos de Minas e hoje encerra o curso superior de Filosofia e Letras.

O seu grande ideal era conhecer o exterior. Seu pai, Adélio, então comerciante de quadros em Goiás, profetizou um dia, que o seu filho ainda cumpriria o seu desejo de visitar outros povos.

O sonho de Wilson, então com 15 anos era ridicularizado por seus colegas. Ninguém acreditava que o jovem estudante, morador da Vila Garcia, pudesse um dia realizar a epopéia de adentrar Europa e América do Norte. A única saída sua, foi estudar. Principalmente inglês. Wilson ficava até 90 dias sem sair de casa para passear, colado aos estudos e ao dicionário.

Sempre obtendo o incentivo de sua irmã Wilma, que nessa época já falava corretamente o inglês, Wilson foi dominando o idioma até conseguir falar fluentemente, sem a ajuda de professor, num grande esforço pessoal.

Em 1.969, convidado pela direção do Colégio Marista, foi ser professor de inglês e português, onde lecionou por vários anos.

Sua cultura já era admirada por todos. Wilson sabia de tudo que se passava no país. Lia todos os dias até às 3 horas da madrugada, sendo que no período de 1 ano chegou a absorver 60 livros, ou seja, leu mais de 1 livro por semana.

Considerado por muitos como portador de uma inteligência rara, Wilson não abandonava a idéia de buscar novas perspectivas fora do país. E a sua oportunidade chegou.

Tomando conhecimento de um concurso para oficial de chancelaria, no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, Wilson arrumou as malas e partiu para a Capital Federal. Classificado entre os primeiros lugares, foram-lhe oferecidos pelo Itamaraty, diversos países, porém, Wilson escolheu a África, indo para Moçambique, auxiliar o Embaixador a abrir a Representação Brasileira.

Hoje, depois de 5 anos trabalhando na África, Wilson ajuda o Brasil a exportar mais, sendo uma peça importante para o mercado nacional, como colaborador brasileiro, nas soluções do comércio exterior.

Ele conhece toda a África Meridional e do Sul.

Vai sempre a serviço em Paris, Roma, Francfurt, Nova York, Amesterdan, Joanerburgo e outros países.

Conhece praticamente toda a Europa.

Recebendo em dólar e com a economia que fez nesses últimos anos, Wilson já adquiriu uma pequena fortuna, sendo proprietário em Brasília de 5 casas, 3 apartamentos e sócio com o seu pai no Supermercado Guará 2.

É esportista e todo o fim de semana vai com a esposa e amigos praticar surf nas águas do Oceano Índico.

Anualmente em férias, divide o tempo em Brasília onde residem seus pais e Patos.

Apesar de sua assenção, Wilson permanece o jovem humilde e quando vem à terra natal, passa a maior parte do tempo com os seus amigos na Vila Garcia, relembrando os tempos de infância e de suas lutas da adolescência.

E ele tem uma mensagem dirigida aos patenses:

“Mesmo distante de minha terra natal, não esqueço de minhas raízes e sempre que posso, divulgo Patos de Minas nos jornais e emissoras da África. Quando descanso em Patos, fico alegre em ver o seu progresso, e empolgado com o dinamismo de seu povo. Patos caminha celeremente para conquistar o que merece, a liderança de uma grande região.

Aos jovens patenses, digo-lhes que tudo é possível, desde que tenhamos persistência e coragem para enfrentar a vida, e os seus problemas e olhemos sempre para a frente.

Gosto muito da revista “A DEBULHA”, que é a porta-voz da cultura e dos anseios dos patenses. Sou um dos primeiros assinantes e torço pelo seu sucesso. Pela equipe de colaboradores que tem “A Debulha” já é um marco na imprensa do Alto Paranaíba. Vamos dar o nosso apoio”.

Seu endereço é:
Avenida Kenneth Kaunda 276, Embaixada do Brasil − Capital Maputo − Moçambique − África.

* Fonte e foto: Texto publicado na coluna Conterrâneo Ausente com o título “Wilson Adélio Domingues − Vice-Cônsul do Brasil em Moçambique” e subtítulo “Um patense que ajuda o Brasil a exportar mais para a África. Um sonhador dos anos 60 da Vila Garcia, e hoje um cidadão do mundo. Trabalha na Embaixada Brasileira em Moçambique” na edição n.º 10 de 30 de setembro de 1980 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

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