Praticamente todas as cidades do Brasil têm Mercado Municipal. Muitas delas conseguem mantê-los dignamente em condições de limpeza e higiene. Poucas os têm como verdadeiros pontos turísticos. E a maioria delas nem se lembram da sua existência. Por aqui, a necessidade de um Mercado Municipal surgiu em 1941, quando o Dr. Euphrasio José Rodrigues reivindicou-o com urgência para moralizar o mercado de gêneros alimentícios¹. Passaram-se dezoito anos até que a sugestão do Médico fosse atendida, mais precisamente em 20 de janeiro de 1959. Durante algum tempo o centro comercial viveu seu único esplendor como construção mantida higienicamente de acordo com as normas que regem tal tipo de estabelecimento. De lá para cá, as intermitentes reformas de anos em anos aconteceram com o único objetivo de evitar o desmoronamento da edificação. A última ocorreu em 2009, sempre às custas do dinheiro público. Passado esse tempo, o que se vê hoje é triste: lojistas comercializando seus gêneros alimentícios perecíveis num ambiente com higiene inadequada, paredes descascadas e sujas, teto que não protege o interior nem de geada, bêbados e rotos fedorentos que importunam quem por lá transita e a presença de cachorros, pombos e pardais. E, incrível, os comerciantes não têm a mínima preocupação em, pelo menos, manterem as suas próprias lojas com aspecto saudável. Para fechar o quadro tétrico, motos e bicicletas transitam por todo o interior, disputando espaço com os frequentadores, como se estivessem na rua. É um absurdo sem tamanho. Onde já se viu motos e bicicletas transitando no interior de um centro comercial fechado que comercializa alimentos perecíveis? E elas, as motos e bicicletas, ficam estacionadas lá dentro. É um absurdo sem tamanho ao dobro. A realidade registrada dispensa palavras: é a caracterização da decadência e ruína do histórico Mercado Municipal², proporcionando risco à saúde de quem consome alimentos adquiridos em seu interior.
* 1: Leia “Urge a Necessidade de um Mercado Municipal”.
* 2: Leia “Mercado Municipal de Patos de Minas: Histórico da Origem”, “Mercado Municipal: Aspectos Arquitetônicos” e “Mercado Municipal: 9 Anos Após Reforma já Está Degradado”.
* Texto e foto (05/08/2018): Eitel Teixeira Dannemann.
