Ozório Corrêa era dentista “prático” e assim era chamado. Esse fato ocorreu lá pelos anos 40.
Ozório comprou vários metros de lenha de um senhor.
Naquela época, só existia um tipo de fogão: à lenha.
Como esqueceu-se de fazer o pagamento, isso depois de vários meses, o vendedor da lenha contou para a cidade toda o não recebimento da transação.
Tempos depois, um dente desse vendedor de lenha começa a doer e ele é obrigado a procurar o único dentista da cidade: Ozório Corrêa.
O dentista, muito educado, atendeu-o polidamente. Depois de saber o motivo da visita, aplicou-lhe uma anestesia e arrancou-lhe um outro dente, um dente sadio, e disse-lhe:
– O dente que está doendo vai doer ainda por muito tempo, para você deixar de falar que sou péssimo pagador.
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.