Fatos e atitudes estranhas acontecem desde tempos imemoriais. Nos idos de 1915, mais precisamente em 02 de maio, o jornal Cidade de Patos, editado por Marcolino de Barros, publicou uma matéria interessante sobre fatos misteriosos envolvendo os Correios:
Aqui ha cousa de dois annos mais ou menos, correu por toda esta zona uma original correspondencia: uma moça escrevia á outra pedindo que apanhasse tudo quanto fosse sello de correio, servido, que lhe cahisse sob as vistas e que fizesse o mesmo pedido a cinco amigas de outro lugar. Todos estes sellos reunidos seriam depois remettidos para um determinado lugar onde iriam servir, não nos recordamos porque processo, para a fundação de asylos para a infancia desamparada, ou quejanda instituição philantropica.
Lembramo-nos disto a proposito do que se vem observando ultimamente na Agencia do Correio desta Cidade onde grande parte das cartas que nos chega pela via Urubú, vem com o sello arrancado. A nossa conclusão não pode ser outra: Agente ou filha de Agente de um dos lugares por onde tranzita a nossa correspondencia, faz parte da confraria a que fizemos referencis. E por mais louvaveis que sejam as suas intenções, isto de arrancar os sellos das correspondências alheias é uma irregularidade para a qual chamamos a attenção do Sr. Administrador dos Correios do Estado.
* Fonte: Jornal Cidade de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do UNIPAM.
* Foto: Mercadolivre.com, como mera ilustração de selos da época.