INÁCIO FIDÉLIS CAMPOS (PADRE INÁCIO): FALECIMENTO

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A Diocese de Patos de Minas perdeu hoje [12/01/1978], um dos mais antigos e ilustres sacerdotes, Pe. Inácio Fidélis Campos. A triste notícia chegou ao Sr. Bispo Diocesano através de um telefonema interurbano da vizinha cidade de Patrocínio, onde a morte o surpreendeu repentinamente. Imediatamente partiu D. Jorge para aquela cidade e amanhã, às 14 horas, deverá ser sepultado o venerando sacerdote, depois de uma Celebração presidida pelo Sr. Bispo, que contará com a participação de grande número de sacerdotes que para lá se dirigiram.

Nasceu o Pe. Inácio em Bom Despacho, Minas Gerais, no dia 16 de dezembro de 1904, filho do Sr. Faustino Fidélis Campos e D. Ana Rosa de Jesus. Na sua cidade natal, foi batizado e recebeu o sacramento da Confirmação. Sentindo desde bem jovem o chamado de Deus para o sacerdócio, entrou para o Seminário de Mariana no dia 30 de setembro de 1916. Terminou seus estudos em Belo Horizonte, onde recebeu as ordens Menores em 1925 e o Diaconato em 1926. Dois anos depois, precisamente no dia 1.º de novembro de 1927, na Igreja de S. José, deu o seu SIM definitivo a Deus e à Igreja, tonando-se sacerdote.

Teve o Revmo. Pe. Inácio um sacerdócio fecundo, trabalhando com entusiasmo e dedicação em todos os lugares por onde passou. Foi coadjutor na paróquia da Lagoinha em Belo Horizonte, por um ano; Coadjutor em Pará de Minas e vigário na cidade de Itaúna. Voltando para Belo Horizonte, durante cinco anos exerceu o cargo de Vigário na paróquia de Santa Efigênia dos Militares.

Em 1940, dirigiu o Ginásio Dom Silvério de Sete Lagoas, realizando sua vocação para o magistério, que exerceu também aqui em Patos de Minas, onde foi professor da então Escola Normal Oficial, durante quatro anos. Já na diocese de Patos de Minas, foi Vigário em Guimarânia de 1956 a 1967 e Capelão em S. João da Serra Negra.

Pe. Inácio gostava do magistério e foi professor de várias gerações. Não se esquecem dele seus ex-alunos, relembrando sua grande cultura ao lado de fatos pitorescos, pois era dotado de fino espírito, observador e interessante. Era também o falecido sacerdote colaborador da Folha Diocesana onde, de quando em vez publicava um artigo, lido com verdadeiro prazer, pois sabia usar com maestria sua pena, quantas vezes com verdadeiro humor e graça.

Foi uma perda realmente sentida, não só pelo seu Bispo e irmãos no sacerdócio, mas por todos aqueles que com ele conviveram. Nos últimos anos, Pe. Inácio residiu em Patrocínio e a cidade dele se despediu em meio a lágrimas e muitas orações para o velho sacerdote, amigo de todos e que soube servir de maneira serena, alegre e dedicada. Recebeu a coroa de glória que fez por merecer neste mundo. Dele também se despede a Folha Diocesana que muitas vezes se viu enriquecida por seus artigos.

* Fonte: Texto publicado na edição de 12 de janeiro de 1978 do jornal Folha Diocesana, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Da esquerda para a direita: Padre Inácio, Padre Antônio Rinella, Padre José Bento Guimarães, Padre João Matos, Padre José Vitor e Dom Oton Motta. Do livro Patrimônio de Santo Antônio: Do Sítio ao Templo, de Sebastião Cordeiro de Queiroz.

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