FAMÍLIA DUARTE CAMPOS E A MÚSICA

Postado por e arquivado em HISTÓRIA.

DSC02223 - CópiaÉ notória a influência da família Duarte Campos na música em Patos de Minas. Tudo começou com o Maestro Randolfo Duarte Campos.

Em 1881, aos 14 anos de idade, Randolfo começou a estudar música com o Maestro José Maria Valeriani que logo funda a banda de música “A Filarmônica Fraternidade”, composta por seus alunos. Com a morte do Maestro Valeriani, Randolfo Duarte, que já sobressaia por seus dotes artísticos, assumiu a regência da banda, imprimindo-lhe nova orientação, ficando a mesma em atividade até 1921, quando seus elementos mais antigos se rebelaram e fundaram outra banda.

Randolfo Duarte Campos, começou então a ensinar música aos filhos e logo ele formava uma nova banda, composta em sua maioria por alunos de 8 a 14 anos de idade. Uma das crianças integrantes dessa banda era o avô da atual Senadora Júnia Marise.

A banda sobreviveu até 1926. Foi nessa época que o Maestro Randolfo cessou a sua atividade como regente em Patos, exercendo-a em outras cidades. Além das bandas que regeu e organizou, o Maestro Randolfo Duarte Campos foi o pioneiro na organização de orquestras. Chegou a formar um orquestra composta pelos filhos que tocava no coreto do jardim público, animava os bailes da época, etc.

Na verdade, os filhos herdaram do pai o amor a música e todos se dedicaram a um outro tipo de instrumento: José Duarte Campos, flauta; Randolfo Duarte Campos Júnior, clarineta e saxofone; João Duarte Campos, violino; Alino Duarte Campos, violão; Maria das Dores Campos, concertina; América Duarte Campos, flauta e canto; Agnelina Campos, violino; Ana Campos, violino.

Mas dos filhos, os que mais se destacaram na música de Patos, foram Zico Campos e Alino Duarte. Em todas as bandas e orquestras fundadas em Patos, os dois eram sempre requisitados.

ALINO DUARTE CAMPOS

Nascido em 20 de dezembro de 1910, começou a estudar música aos 07 anos de idade e aos 08 já tocava alguns instrumentos. A primeira festa, fora de Patos, que ele tocou com o pai, foi em Lagoa Formosa, em 1919. Do pai, ele tem excelentes lembranças: “Era um homem boníssimo, calmo, recatado, pai extremoroso, caseiro e que gostava de contar estórias para os filhos”. Segundo ele, sua casa era alegre, sempre cheia de rapazes moças.

A última banda que Alino Duarte tocou antes de se casar foi na Banda de Olegário Maciel, em 1940. Em 1958, ele voltou a tocar na Lira Mariana Patense. Foi professor de música, de 1060 a 1982, nos colégios N. Sra. das Graças e Escola Normal.

Tocou em várias bandas e orquestras, e instrumentista, e compositor. Casado com Celcídia Alves Tibúrcio Campos, é pai de Maria Aline Tibúrcio Campos Gonçalves e avô de Érika e Luciana.

JOÃO DUARTE CAMPOS (ZICO CAMPOS)

Nascido aos 08 de fevereiro de 1908, Zico iniciou os estudos musicais aos 10 anos e com apenas 3 meses de estudo começou a tocar Sax Horn (instrumento de harmonia); aos 11 anos passou a tocar o Trompete (Piston). E a partir daí não parou mais. Com 17 anos fez a primeira composição, um choro para violino, denominado “Ou vai ou racha”. De 1932 a 1942, dirigiu a “Filarmônica Olegário Maciel”, composta por 22 músicos. Sua vida artística sempre foi muita intensa; criou bandas de música, conjuntos para dança em Presidente Olegário e Carmo do Paranaíba, tocou na Orquestra Synfonica Municipal e Synfonica Mineira de Belo Horizonte, trabalhou na orquestra da Rádio Guarani e Inconfidência e dirigiu por longo tempo a Banda da Guarda Civil, criada pelo governador Juscelino Kubitschek.

Regeu por vários anos a Lira Mariana Patense e a Orquestra Brasil Gente Nossa, e com seu piston, Zico Campos atuou em mais de 60 carnavais.

Recentemente ele confeccionou um álbum de composições musicais de autoria de seu pai e de sua autoria, com 186 músicas populares de diversos gêneros, intitulado “Álbum de Família”. No momento, Zico está escrevendo um dobrado, denominado “1.º Centenário de Patos”. Apesar de se dedicar, hoje, apenas a compor, harmonizar músicas, Zico Campos não pretende deixar a música nunca, razão maior de sua vida. Na verdade, assim como seus irmãos, ele sempre procurou atender ao pedido que seu pai, o Maestro Randolfo Duarte Campos fez em seu leito de morte: “Meus filhos, enquanto tive forças nunca deixei a cidade sem música. Façam o mesmo por mim”.

João Duarte Campos é casado com Eliza Borges Nogueira Campos (Zizica) e pai de 6 filhos: Maria da Conceição, Agnelina, Eliza, Terezinha, Norma e Carlos Randolfo.

* Fonte e fotos: Texto publicado na edição de 1.º de fevereiro de 1992 do jornal Novo Tempo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe