A nossa população vibrou de enthusiasmo no dia 14 do corrente [08/1926] pelo motivo do lançamento da pedra fundamental da Igreja a construir-se nesta cidade, no bairro da Lagôa.
Por iniciativa do nosso zeloso vigario Revmo. Conego M. Fleury e de um punhado de denodados devotos de N. S. do Rosario, foi lançada a piedosa idéa, alvoroçando logo o povo catholico que lamentava profundamente tamanha falta de gratidão para com Aquella que, sendo Mãe de Deus é também Mãe Nossa.
A’s 15 horas d’aquelle dia deram inicio á cerimonia da bençam da pedra, os Revmos. Srs. Frei Salvador Braz, dominicano, e o nosso vigario Conego Fleury, no meio de uma assistencia numerosissima que vibrava de santo e justo enthusiasmo. Era o jubilo do sentimento religioso que demonstrava o fervor do amor filial que consagra o nosso povo à Excelsa Rainha, Mãe de todos os homens.
Serviram de paranymphos ao acto os srs. Caps. José Joaquim de Freitas, José Rangel, Amadeu Maciel, José de Sant’Anna, Abilio Queiroz e Virgilio Borges, representando pelo seu digno filho Dr. Dolor Borges.
Foi depositado na urna da pedra inaugural um frasco fechado contendo a acta da cerimonia, com as assignaturas dos dois illustrados sacerdotes, dos paranymphos, dos membros da commissão constructora e de diversas pessoas gradas de nossa sociedade.
Encerrada a cerimonia da benção e assentamento da pedra angular do novo templo, usou da palavra o erudito Frei Salvador Braz que elogiou a dedicação do nosso povo para com a Virgem Santissima do Rosario, enalteceu a nossa convicção religiosa e proferiu palavras de fé e encorajamento para a realização da grande obra, dizendo que as nossas esmolas, os nossos esforços, os nossos sacrificios em beneficio da Nova Egreja do Rosario hão de ser fartamente recompensados em bençãos profusas, distribuidas por Aquella que tudo pode junto de seu divino Filho Nosso Senhor Jesus Christo.
No meio da musica vibrante executada pela Corporação musical “Santa Cecilia” e do espoucar de foguetes seguiu-se animado leilão de prendas em beneficio das obras, retirando-se depois o povo cheio de fé e de esperanças, antegozando o dia em que será novamente enthronisada com toda solemnidade a Excelsa Rainha do Céo e da Terra, Mãe dos Anjos, Mãe Nossa e Mãe de Deus.
* Fonte: Texto publicado com a título “Igreja de N. S. do Rosario” e subtítulo “Lançamento da pedra fundamental” na edição de 22 de agosto de 1926 do Jornal de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Lyvrearbitrio.blogspot.com.br, meramente ilustrativa.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.