TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1988)
Em uma cidade bem cuidada e organizada como é a nossa atualmente, é inconcebível que persista a desorganização já tantas vezes reclamada, da inexistência de indicadores dos nomes das ruas – principalmente nos bairros –, e a incrível confusão numérica das casas nas mesmas regiões.
Uma das tarefas mais desagradáveis que se pode enfrentar aqui, é a de localizar alguém na periferia, mesmo que se possua em mãos o endereço completo e correto, ou seja, nome da rua e número da casa. Se referida busca acontece em período diurno ou nas primeiras horas da noite, ainda se pode contar com a costumeira solidariedade e boa vontade do povo brasileiro – e especialmente do patense – que informa, orienta e não raro se dispõe a acompanhar quem solicita. Entretanto, se isto acontece um pouco mais tarde da noite e principalmente de madrugada, a tarefa se torna quase que impossível.
Isto ocorre porque, em primeiro lugar não são raros os casos de ruas onde não se encontra nenhuma placa indicativa de seu nome e depois porque mesmo que elas existam, depara-se com uma estranha dança de números marcados nas casas, constituindo-se em um verdadeiro enigma¹. Misturam-se números pares e ímpares de um mesmo lado da rua e a falta de sequência chega a irritar.
Sei que há algum tempo iniciou-se um trabalho no sentido de adquirir placas indicativas de nomes de ruas através de uma tomada de preços, como sei também que o custo das referidas placas seria altíssimo, entretanto, não tive o conhecimento depois, do que poderia ter acontecido para que o problema não fosse resolvido até agora, como aliás já se resolveram quase todos os nossos problemas, nesta administração que está se findando.
Há poucos dias, fui despertado para uma solução aparentemente muito menos dispendiosa que a das placas indicativas, que acredito poderia ser posta em prática, para uma solução imediata, através do aproveitamento dos postes da CEMIG colocados mais próximos das esquinas, cujas bases seriam pintadas de branco desde o solo até a altura de mais ou menos um metro e meio, escrevendo-se a pincel, em cores marcantes – na vertical – o nome das ruas da confluência, com uma seta indicativa.
Quanto à numeração das casas, sabe-se que é um processo realizado mediante a medição feita pelo próprio pessoal da área específica da Prefeitura. E cumprida a parte técnica, poder-se-iam desprezar as plaquetas indicativas – também onerosas e demoradas para se confeccionar – optando pela pintura do número, a pincel nas paredes, dando-se ao morador que preferisse a opção de utilizar os números metálicos encontrados no comércio, arcando ele próprio com a despesa.
Desta forma, poder-se-ia dentro de pouco tempo, resolver-se essa situação tão complicada a incômoda, que tantas dificuldades tem trazido a todos.
O período de cinco meses apenas, que resta à atual Administração Municipal, poderia, em condições normais, ser considerado insuficiente para a realização desse trabalho, que aliás, a completaria muito bem, mas, para quem vem realizando grandes e difíceis obras, até então consideradas impossíveis, é de se supor que essa tarefa se constituiria em uma mera “gota d’água”.
* 1: Leia “Numeração de Ruas: Problema Insolúvel”.
* Fonte: Texto publicado com o título “Para Completar” na edição n.º 190 de 31 de julho de 1988 da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Clubedovolante.com, meramente ilustrativa.