TEXTO: TOMAZ ATÍLIO OLIVIERI (1979)
Cumpre salientar que o que acaba com Patos de Minas, não é a política propriamente dita, mas sim a politicagem, desonesta e desordeira de elementos destituídos de idoneidade e da vocação política. Politicagem é trabalhar só para si mesmo, para ficar cada vez mais rico, para ter emprego rendoso para si e para parentes e amigos, para viver vida mais folgada, para ter mais cartaz junto aos grandes, para proteger o grupinho e a “panelinha”. Politicagem é fazer alguma coisa só de onde pode sair algum benefício. Só onde o candidato foi eleito. Onde dá muito lucro. Politicagem é não se importar com o ser humano. Politicagem é subir para se fazer e prejudicar os outros. Politicagem é trabalhar só onde há muitos eleitores. É esquecer lugares onde não se obtiveram votos e menosprezar lugares onde vive gente de quem não se gosta. Politicagem é comprar votos, prometer o absurdo ou o que não se tem. Politicagem é fazer coisinhas que aparecem e enfeitam o lugar e não cuidar das coisas mais essenciais e fundamentais, básicas e úteis à saúde, educação e bem-estar do povo, como por exemplo, água, esgoto, escola, calçamento ou asfaltamento de ruas, transportes, estradas, indústrias, etc. Politicagem é perseguir adversários. É a desmoralização de caráter. É “sujeira”. E isso tudo se encontra aqui, travando o progresso da cidade. Enquanto Patos de Minas não se desvencilhar destes politiqueiros ridículos, não irá para a frente e seu povo há de sofrer as consequências da má administração.
* Fonte: Texto publicado com o título “Política” e subtítulo “Preâmbulo” na edição de 03 de setembro de 1979 do jornal Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Faroldenoticias.com.br.