Luiz Esteves faz parte do cenário musical patense. Participou dos festivais do final da década de 1960 e fez parte das lendárias bandas Os Asteróides, Trapps e Magos do Sol. Em 1982, 1983 e 1984, ele e seus companheiros do Magos do Sol (Taquinho, Heleno, Ivan Corrêa, Joãozinho e Waldir Carvalho) apresentaram o show Beatles Forever, só com músicas do quarteto inglês, lotando o ginásio poliesportivo do PTC. Recentemente Luiz esteve em Patos de Minas para relembrar os tempos dos Asteróides num show-baile memorável na Sociedade Recreativa Patense.
Há muitos anos Luiz Esteves reside em Belo Horizonte onde vem desenvolvendo uma série de trabalhos. Um deles acaba de sair do forno: o álbum Algum Lugar. Para falar dele, ninguém melhor que o autor:
Acho que a ideia desse disco começou em dezembro de 2012, quando li o poema “Gota”, do Wander Porto. Senti na hora uma vontade enorme de criar uma música para tão belas palavras. Há tempos não compunha nada em português, porque estava muito envolvido com música instrumental. A última que havia composto foi “O Trem”, em 2009, gravada pelo meu filho Gabriel Esteves em seu CD solo. Depois de cinco álbuns em inglês no projeto “Leyline” em parceria com ele, fiz mais quatro solos, todos instrumentais. Ai apareceu outro poema do Wander, “Dia dos Mortos”, e, também, não resisti. Surgiu assim, a ideia de fazer um disco com músicas em português, dando uma abordagem um tanto experimental e ousada de que tanto gosto. Busquei mais duas antigas que rearranjei e, aos poucos, as outras foram surgindo.
Foi um grande desafio fazer esse disco, porque fiz todas as vozes e toquei todos os instrumentos, mesmo porque não tenho a habilidade nem a pretensão de ser um bom instrumentista. Dai a necessidade de criar coisas interessantes a partir da minha deficiência em determinados instrumentos. E, também, essa coisa de fazer tudo sozinho, às vezes é um tanto depressiva, porque você não divide as dúvidas com os outros e isso não é legal. Adoro trabalhar com outras pessoas e conheço excelentes músicos, mas hoje em dia fica difícil, pois cada um tem seu caminho, seu tempo e gosto de começar algo e terminar no meu passo.
O título do álbum, “Algum Lugar”, que também é o nome da primeira faixa, foi inspirado na foto que usei para a capa, que, se não me engano, foi tirada na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, quando eu era criança. No geral, fiquei satisfeito com o resultado, embora tenha a certeza de que muita gente possa achar um tanto estranho, pois não é um disco comercial nem muito convencional. Saiu quase um álbum conceitual, onde as faixas têm alguma relação entre si, abordando a vida desde a infância com seus traumas, sonhos, esperanças, desilusões na política e religião e, no final, tudo se tornando uma estranha e confusa ficção científica, mais parecendo coisa de cinema do que a própria vida.
O álbum está sendo comercializado digitalmente nas conhecidas lojas que vendem mp3, como iTunes, Amazon, GooglePlay, Bandcamp e ONErpm.
FICHA TÉCNICA
Instrumentos e vozes: Luiz Esteves.
Produzido, gravado e masterizado por Luiz Esteves em Algum Lugar em Belo Horizonte, MG, Brasil, entre 2013 – 2015, exceto Calor: voz, piano e teclados gravados no Home Studio de Aum Soham em 1997.
Instrumentos adicionais gravados no Somewhere Studio em 2015.
Mundos Paralelos: Roland W-30 (gentilmente cedido por Taquinho Noronha),
base gravada originalmente em fita cassete em 1996 e invertida no computador em 2000.
Vozes e instrumentos adicionais gravados no Somewhere Studio em 2000 e 2015.
Fotos: capa: arquivo pessoal / contracapa, outras: Luiz.
Agradecimentos: Ana Lúcia, Liana, Gabriel, Wander Porto, Aum Soham, Taquinho Noronha.
Músicas: 1) Algum Lugar (2:41), 2) Dia dos Mortos (3:04), 3) Calor (3:55), 4) Fora (4:25), 5) Chinês (4:26), 6) Doppelgänger (2:36), 7) Gota (3:17), 8) Mundos Paralelos (5:40), 9) O Sonho da Costureira (2:41), 10) Insane Mourning (2:13), 11) Toca de Novo! (2:54), 12) Human Recall (5:08), 13) Sci-Fi (2:40), 14) Crossbreeding (4:25).
* Fonte: Luiz Esteves.
