JOSÉ RANGEL: PIONEIRO DO TRANSPORTE

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4João Pinheiro, em 1905, construiu a primeira estrada de automóveis em nosso Estado. Coube a Raul Soares, quando Secretário de Agricultura, dar novo rumo à questão, sugerindo a decretação de uma taxa especial e a cooperação das municipalidades para poder fixar e iniciar um plano de viação, segundo o qual os centros de produção fossem ligados metodicamente às estações de vias férreas por estradas de rodagem tecnicamente construídas.

A lei estadual 661, de 14 de setembro de 1915, cria a taxa de viação adicional aos impostos estaduais em vigor, e instituiu o regime de concessão de estradas de rodagem. Entrou assim o problema em nova fase, sendo expedidos o decreto n.º 4501, de 08 de janeiro de 1916, relativo à subvenção às estradas privilegiadas, e o decreto n.º 4921, de 26 de janeiro de 1918, com o regulamento para a conservação, polícia e segurança das estradas construídas pelo Estado.

O exemplo do Estado levou Câmaras e particulares a meterem mãos à obra na tarefa de abertura de boas estradas, sendo que, só no regime de subvenção e privilégio, foram concedidos cerca de quatro mil quilômetros de estradas de automóvel.

Sesostris Dias Maciel (filho de Antônio Dias Maciel, o Barão de Araguari) obteve, pelo decreto 4.546, de 26 de março de 1916, privilégio de tráfego por 25 anos e subvenção quilométrica, para construção, uso e gozo de uma estrada de rodagem apropriada ao tráfego de automóveis, a qual partindo de Lavrinhas (Catiara), na Estrada de Ferro Goyaz, fosse ao distrito de Santa Rita de Patos, passando pelo distrito de Santana de Patos, pela sede do Município de Patos, e ainda pelo distrito do Areado, com um ramal entre ponto conveniente da estrada, para Carmo do Paranaíba. Em 1919 a estrada foi arrendada a José Rangel, inclusive um ou dois carros que faziam o transporte de passageiros.

Verdadeiro precursor e idealista, José Rangel, ao que notamos, imprimia dinâmica notável em todos os seus empreendimentos. Sua organização era irrepreensível. Em 1927 mantinha corridas às segundas, quartas e sextas feiras para Catiara, saindo de Patos às 13:40, e passando por Santana de Patos (14:55), Vilela (15:50), Serra do Salitre (16:35) e Catiara (17:00). De Catiara saia às 8:25, chegando a Patos às 12 horas, às terças, quintas e sábados. Para Carmo do Paranaíba mantinha uma linha com entroncamento em Santana de Patos e corridas diretas às quintas e sábados. Velocidade máxima permitida: 32 quilômetros por hora. Venda de passagens e despachos eram encerrados cinco minutos antes da partida.

* Fonte: Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.

* Foto: Edição de 18 de outubro de 1978 do Boletim Informativo da Gráfica e Papelaria Olivieri, do arquivo de Newton Morais Andrade.

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