Antigamente, transitar pela cidade com um revólver ou garrucha na cintura era tão comum como viajar montado num equino. Assim como era costume, principalmente dos mais endinheirados, ter uma espingarda ou trabuco enfeitando as paredes das salas residenciais. E mais tradicional ainda, eram as famosas caçadas que aconteciam nas majestosas matas do nosso Cerrado. Naqueles tempos antigos era permitido matar qualquer tipo de animal sem ter que dar satisfação a ninguém. No entanto, para o sucesso da caçada era necessário uma pólvora de primeira qualidade. E aqui em Patos, nos tempos das caçadas, a marca mais usada era a Elefante, como demonstra este anúncio de 1945.
A pólvora Elefante é fabricada até hoje pela indústria Pernambuco Powder Factory, fundada em 1890 e hoje vinculada ao Grupo Lundgren. Está localizada em Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho (numa área de 420 hectares de mata). Apesar de famosa, tem um currículo marcado por tragédias, contabilizando pelo menos quatro acidentes de grandes proporções. Os que fizeram maior número de vítimas foram os ocorridos em 1982 e 1995.
Nos tempos de hoje, onde é proibida a caça e já não existem mais espingardas municiadas à pólvora, a Elefante é uma das duas fábricas que produzem pólvora dentro do território brasileiro e a fornece para o Comando Militar do Nordeste e para dezenas de empresas produtoras de fogos de artifício.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Anúncio publicado na edição de 19 de abril de 1945 do jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.