Luzes, câmera, ação – o espetáculo tem que continuar! É impossível mas, pouco provável. No ano em que se comemora 100 anos do cinema mundial, o Cine Riviera está ameaçado de fechar suas cortinas para sempre, deixando na cidade um vazio que dificilmente será preenchido por qualquer outra manifestação artística. E a revista PHATOS em sua edição de lançamento, apesar de não ser o primeiro veículo a divulgar a notícia, não poderia ficar imune ao assunto.
Patos de Minas tem, aproximadamente, 100 mil habitantes e uma única e excelente sala de exibição de filmes, com capacidade para 960 lugares, o Cine Riviera. O que era boato, agora é fato. Lamentavelmente foi confirmado por fontes seguras que o local onde funciona o estabelecimento deverá ser vendido, podendo o futuro proprietário dar continuidade, ou não, ao cinema. O destino do “Riviera” poderá ser o mesmo de outros que já existiram na cidade e foram transformados em auditórios de programas de rádio e televisão, lojas e coisas do gênero.
Segundo seus atuais proprietários, a maior dificuldade de manutenção, entre outras, seria o alto investimento e um retorno muito pequeno. E o motivo pelo qual ainda não o colocaram à venda, é devido ao vínculo que une esta entidade à cultura patense. Pois o estabelecimento é cedido, também, a outros eventos artísticos.
O Cine Riviera foi fundado em 1962 e influenciou, positivamente, o comportamento local. No seu telão brilham as maiores estrelas do cinema nacional e mundial. Optando pela variedade sem boicotar nenhum gênero, o Riviera fez das “fitas coração” para agradar a todos os “cinemaníacos”, não se sabe ainda por quanto tempo.
Sem mais, fica um apelo às autoridades competentes para que, de alguma forma, ajudem a preservar este patrimônio da cidade. Perdendo o cinema, ficaremos mais pobres de espírito. Patos sem o Cine Riviera é o mesmo que “Tarzan sem a Chita”, “Batman sem Robin” e o “Gordo sem o Magro”; enfim, não tem graça nenhuma.
NOTA: Naquele janeiro de 1995, a matéria fez um apelo às autoridades competentes para que, de alguma forma, ajudassem a preservar o patrimônio que era o Cine Riviera. Infelizmente as autoridades não ajudaram e, trágico, em 1998 ele foi consumido pelo fogo. Leia “Cine Riviera é Consumido Pelas Chamas “.
* Fonte e foto: Texto publicado com o título “Adeus, Cine Riviera!” na edição de lançamento da revista Phatos (1.º de janeiro de 1995), do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.